Creches de Brasília têm mensalidade de R$ 1 mil e espera de até 10 meses.
Amanda Torres chegou a madrugar na porta de
uma creche para conseguir vaga para Gustavo
(Foto: Marco Aurélio / acervo da família)
Mãe de um menino de um ano e dez meses, a técnica judiciária Amanda Torres soube no final da licença maternidade que a creche da instituição onde trabalha, em Brasília, estava lotada e não poderia receber a criança.uma creche para conseguir vaga para Gustavo
(Foto: Marco Aurélio / acervo da família)
Ela ainda tentou encontrar uma vaga para Gustavo em uma creche particular, mas novamente se deparou com a falta de vagas.
“Não consegui encontrar uma creche que me agradasse e que tivesse vagas. Acabei contratando uma babá”, diz.
Perto do aniversário de um ano da criança, a babá teve que deixar o trabalho – e Amanda recomeçou a busca por uma creche particular. Ela conta que teve que se programar com três meses de antecedência e ainda madrugar para garantir uma vaga.
“Quando comecei a procurar, em outubro do ano passado, não tinha vaga. De todas que eu vi, somente duas atendiam meu gosto pessoal. Uma delas, somente agora, dez meses depois, me ligou falando que tinha vaga. Na outra tive que esperar até dezembro para ver se ia sobrar vaga. Sobraram três”, lembra.
A reportagem do G1 fez uma pesquisa em cinco creches no Plano Piloto. Todas cobram a partir de R$ 1.000 por meio período – valor que pode chegar a R$ 1.796 para estadia integral. Das cinco, apenas duas tem vagas: uma para o turno matutino e outra para o turno vespertino.
Diretora de uma creche na quadra 608 Norte, Francimeire Lima Domingos avalia que a qualidade dos serviços oferecidos tem feito com que a demanda seja muito maior do que a oferta de vagas. A instituição que Meire dirige, por exemplo, tem pediatra, odontopediatra, nutricionista, psicólogo e auxiliares de enfermagem.
A creche cobra R$ 1.700 para que a criança fique em período integral e atualmente não tem vagas para bebês com até um ano de idade. De acordo com a diretora, cerca de 200 pessoas estão na lista de espera.
“De três anos para cá, cresceu muito a procura para colocar bebês em creche. Este ano, em março as turmas de crianças de até dois anos estavam totalmente fechadas, temos cerca de 80 crianças [nessa faixa etária]”, afirma.
Creches oferecem brincadeiras, acompanhamento médico e até horta (Foto: Jamila Tavares/G1)
Também sem conseguir uma vaga para Ana Luísa, de oito meses, em uma creche no Plano Piloto, a dentista Ana Renata Machado acabou matriculando a menina em uma instituição no Sudoeste. Ela paga R$ 1.300 por meio período e gasta quase uma hora no trajeto para levar ou buscar a filha.FONTE G1
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