Jovem manda matar família para herdar bens em SP
Folha.com Foto: Divulgação
Um crime hediondo ocorreu no final da semana passada na cidade de
Araçoiaba da Serra.
Um rapaz não gostava de seu padrasto e a família acabou em meio a uma situação terrível – a irmã, de 14 anos, e o homem foram assassinados a tiros, e a mãe dele e a outra filha, feridas à bala.
A polícia desvendou tudo quando Yuri André de Souza Milani Barizon foi chamado à delegacia e acabou confessando o crime. Tudo era para ser um ´susto´ no padrasto, mas deu tudo errado.
Segundo a polícia, Yuri abriu as portas de sua residência, em uma chácara no Jardim Colinas, na noite de sábado passado, para seu primo, Maicon Miranda Milani, e para seu amigo, Leandro Pires da Costa, os dois de 22 anos. Eles estavam armados e entraram na casa, onde tudo estava escuro. Dirigiram-se para os quartos e efetuaram os disparos. Daniel Liscoskuy, 56 anos, levou um tiro fatal e morreu; Raíssa Cristina de Souza Milani Barizon, 18 anos, e Raíra Cecília de Souza Milani Barzoni, de 14, e a mãe delas – e de Yuri – Sirlene Regina Alves de Souza Milani Barizon, de 47, também levaram tiros. A garota Raíra não resistiu. As outras duas foram atingidas e ficaram em estado grave.
Logo depois, Yuri levou os dois autores com o carro da família, um Fiat/Siena Branco, a um acesso da rodovia Raposo Tavares, onde Maicon e Leandro fugiram em outro carro, para Sorocaba. Antes, atiraram contra o Siena para forjar uma historia, que seria desmontada logo depois pela Delegacia de Investigações Gerais – DIG de Sorocaba, que elucidou o caso.
Yuri procurou o posto da Polícia Rodoviária e disse que, quando chegava a casa, ouviu barulhos de tiros e fugiu, e os bandidos ainda teriam atirado contra seu carro. Essa situação durou até a terça-feira, 18, quando agentes da DIG pediram para que o rapaz fosse à delegacia para um novo depoimento. Uma perícia no Siena comprovou que os tiros não podiam ter sido feitos na situação que Yuri descreveu.
´Houve uma conversa, que virou interrogatório e, depois, uma confissão. Ele se desmanchou em lágrimas´, explica o delegado da DIG, Acácio Aparecido Leite. O rapaz ficou com o pai na separação do casal, e quando este morreu, foi morar com a mãe. Na visão de Yuri, o padrasto estava dilapidando os recursos financeiros, que eram de seu pai e da avó. Ele não aceitava o relacionamento de sua mãe com Daniel, a ponto de armar várias vezes alguns ´sustos´ para que ele deixasse sua mãe. No último dia 6, tiros foram disparados contra a casa da família. Yuri entregou os comparsas e todos foram presos. Eles confessaram o crime.
Em apresentação do caso para a imprensa de todo o Estado ontem, na sede da DIG, Yuri murmurou pouquíssimas palavras. ´Perdão´foi uma delas. Lázaro dos Santos, 47 anos, primo dele, estava no local e tentou conversar com Yuri. Os dois se olharam, mas o rapaz nada falou.
Maicon é primo de Yuri e Leandro é seu amigo. Os três combinaram juntos de dar mais um ´susto´no sábado passado, e deu no que deu. ´Um caso triste; um desacerto familiar. A mãe está viva por milagre. Não me recordo em 20 anos de polícia de um caso tão lamentável como esse. Os três rapazes não possuíam passagens criminais.´
O trio foi indiciado por duplo homicídio qualificado e dupla tentativa de homicídio qualificado. Na tarde de anteontem, a polícia conseguiu localizar duas cápsulas das balas que atingiram o Siena, perto do acesso à Raposo, na estrada Celso Charuri.
A família tinha uma loja de construção no Largo do Divino, em Sorocaba. Uma festa de debutante para Raíra estava sendo preparada.
Fonte, Folha
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