TRÂNSITO CE 32,5% das vítimas de acidentes são jovens

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Para especialistas, a associação do uso de bebidas alcoólicas à velocidade e direção é o maior problema
JOSÉ LEOMAR
Os números da violência no trânsito revelam, anualmente, que o Brasil vive uma verdadeira epidemia de lesões e mortes no trânsito. O Ceará segue a mesma linha do restante do País, e tem como uma das suas maiores vítimas os jovens.
A publicação Saúde Brasil 2010, produzida pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde (MS), aponta que, dos 1.153 mortos no trânsito em 2009 no Ceará, 32,52%, ou 375 pessoas, estavam entre a faixa etária de 13 a 29 anos. Se somarmos com as 461 vítimas de 30 a 59 anos, esse percentual vai para 72,5%.
Esses dados propõem uma reflexão um pouco mais aprofundada sobre as causas desse tipo de violência. Para se ter uma ideia da gravidade, no Brasil, os acidentes com transportes terrestres já mataram 40.610 pessoas. É o que aponta os dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde (MS), referentes a 2010.
No Ceará, durante o ano passado, essas vítimas, em todas as faixas etárias, chegaram a 1.965. Em números absolutos, o Estado ficou em sétimo lugar no País em quantidade de vítimas, atrás apenas de São Paulo (7.160), Minas Gerais (3.674), Paraná (3.410), Rio de Janeiro (2.299), Rio Grande do Sul (2.276) e Bahia (2.245).
Os dados do MS apontam, ainda, que 25% dos 40.610 acidentes fatais são por ocorrências com motocicletas, ou seja, 10.134 mil óbitos. Nesse aspecto, o Estado também segue a tendência nacional, e apresenta uma percentagem acima da média do Brasil, dos 1.966 óbitos citados anteriormente, 683 são por motocicletas, ou 34,7%.
Ao comparar a quantidade de mortes causadas por este tipo de transporte em cada Estado, em 2010, pode-se perceber que o Ceará ficou em terceiro, à frente até mesmo do Rio de Janeiro (505), Minas Gerais (615) e Santa Catarina (557).
Para a professora doutora da Universidade Federal do Ceará (UFC) do campi Sobral, Gislene Macêdo, os estudos mostram a realidade do País, em que os jovens são os mais atingidos pelos acidentes e mortes no trânsito, uma vez que também são os menos experientes na direção de um veículo, incluindo motos.
"Junte-se a isso o fato de estarem mais expostos ao cotidiano do trânsito seja pelo trabalho, educação e laser", acrescentou Gislene.
De acordo com ela, as pessoas mais jovens tendem, ainda, a associar fatores como velocidade e uso de bebida alcoólica à direção.
"Então, temos componentes de fato arriscados, o que torna essa faixa etária mais vulnerável. Penso também, que o processo de habilitação de condutores é muito falho. As dicas de como dirigir suplantam a compreensão das responsabilidades de um condutor", aponta.
FIQUE POR DENTRO
Internação
As lesões decorrentes do trânsito representaram a segunda causa mais frequente de internação por causas externas no Brasil. A probabilidade de internação por esse tipo de evento aumentou em 8,7% entre 2000 e 2010. Já o risco de hospitalização por acidentes envolvendo motociclistas triplicou, passando de 1,1 internação por 10 mil habitantes em 2000 para 3,7 internações por 10 mil habitantes em 2010, enquanto verificou-se redução para pedestres e ocupantes de outros veículos. A exemplo do que se verifica na mortalidade.
por Acidentes de Transporte Terrestre (ATT), na qual também os motociclistas figuram como o principal alvo das lesões fatais, os homens apresentam risco de internação 5,2 vezes do que se observa entre as mulheres.
THAYS LAVOR
REPÓRTER, Fonte, DN

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