Dona Mocinha, irmã de Lampião, morre em SP aos 102 anos

Dona Mocinha com chapéu de cangaceiro no reencontro com parentes do Recife em São Paulo, em 2009 (Foto: Glauco Araújo/G1) 
Dona Mocinha com chapéu de cangaceiro no reencontro com parentes do Recife em São Paulo, em 2009 (Foto: Glauco Araújo/G1)
Maria Ferreira Queiroz, conhecida como dona Mocinha, morreu na tarde desta sexta-feira (10), em São Paulo, aos 102 anos. Ela era a única irmã viva de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião. Segundo a família, ela foi internada horas antes de falecer com problemas pulmonares, mas não resistiu. O corpo será levado ao Velório Salete, em Santana, na Zona Norte de São Paulo, e o sepultamento será feito no Cemitério Chora Menino, às 12h deste sábado (11).
(Correção: na publicação desta reportagem, o G1 informou que dona Mocinha tinha 101 anos. Ela tinha 102. A informação foi corrigida às 19h46.)
A idade de dona Mocinha sempre foi motivo de discussão entre estudiosos do cangaço. O documento de identidade da irmã de Lampião indica que ela nasceu em 8 de janeiro de 1906, portanto, ela teria completado 106 anos, mas ela sempre se recusou a afirmar que tivesse essa idade, alegando que não era por vaidade. Ela tem outro documento que aponta a data de nascimento em 11 de janeiro de 1910. Era por este documento que dona Mocinha costumava se identificar, de acordo com o neto Marcos Antonio Tavares, 53 anos.
Ela vivia em um apartamento com os filhos Expedito e Valdeci, em Santana, na Zona Norte de São Paulo. Os parentes mais próximos que também moram em São Paulo, além dos dois filhos, costumavam visitá-la, principalmente na data de aniversário dela.
"Ainda não sabemos onde será o velório e nem o sepultamento. Ela estava doentinha, vez ou outra ela era internada para cuidar da saúde. Já tinha muita idade. Acreditamos que foi insuficiência pulmonar", disse Tavares.
Dona Mocinha tem dois documentos com duas datas de nascimento (Foto: Glauco Araújo/G1) 
RG de dona Mocinha mostra uma das datas de
nascimento dela (Foto: Glauco Araújo/G1)
O pesquisador e historiador Antônio Amaury Correia, que mora perto de dona Mocinha, foi um dos responsáveis por descobrir a segunda data de nascimento da irmã de Lampião. "Ela tinha dois documentos. Até hoje não sabemos com certeza qual era a idade dela", disse ele ao G1.
"Foi uma grande perda. Apesar de ela não ter vivido a história do cangaço, já que era muito pequena quando Lampião estava atuando, ela sempre foi uma referência histórica", afirmou o historiador e especialista em cangaço, João de Sousa Lima.
Fonte, G1

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