Cidade Estudante cearense de 17 anos é aceito no MIT
O estudante João Lucas, de 17 anos, foi um dos dois únicos brasileiros aprovados no MIT na última seleção realizada
Marília Camelo
O estudante cearense João Lucas Camelo Sá, de 17 anos, foi aprovado na seleção do MIT (sigla inglesa para Instituto de Tecnologia de Massachusetts), na noite da última quarta-feira (14).
"Só foram dois brasileiros aprovados, então não dá pra saber antes se vai ser você, por mais que se tenha confiança nisso. Quando vi a notícia fiquei muito feliz, liguei pra familia inteira, saí correndo pela casa. Até agora a ficha não caiu", resumiu João Lucas, o que sentiu quando soube da aprovação.
A tradicional universidade norte-americana é a 2ª do ranking mundial, de acordo com levantamento da Times Higher Education. "É uma universidade muito boa. Eu estava num treinamento e chamaram uma palestrante que era ex-aluna do MIT. Bem, aí eu fiquei sabendo como funcionava o processo e acabei acreditando que se eu estudasse eu seria aprovado", lembrou o estudante.
Seleção leva em conta histórico escolarA seleção de novos alunos do MIT é feito através das etapas geral e específica do SAT (sigla inglesa para Teste de Avaliação Escolar), aplicado nos Estados Unidos e em 115 países, incluindo o Brasil. Também é necessário fazer o Toefl (Test of English as a Foreign Language), que avalia o domínio e a fluência do aluno em língua inglesa.
João Lucas tirou a nota máxima (800 pontos) nas provas específicas do SAT e 113 de 120 pontos no Toefl. Apesar dos bons resultados práticos, ele explica que ainda foi preciso participar de uma entrevista e ter a análise de seu currículo escolar. Outro ponto que ajudou na aprovação do estudante cearense foi o seu grande desempenho em olimpíadas escolares mundo à fora.
Desde os doze anos, João Lucas disputa esse tipo de competição, tendo como títulos mais expressivos, a medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática; as pratas na Olimpíada Internacional de Matemática, na Holanda, e na Romênia Master, além do mais recente ouro na Olimpíada de Matemática do Cone Sul.
Liberdade para escolherNo MIT, nos dois primeiros anos no Ensino Superior, o aluno não precisa definir o curso de graduação. João Lucas revela então que vai aproveitar esse tempo para decidir o curso em que vai se formar, mas que já tem uma ideia básica do caminho que vai seguir. "Eu quero explorar essas oportunidades, principalmente, nas áreas de computação e economia", projeta.
Mudanças não assustamCaçula de três filhos, João Lucas é muito ligado à família, mas disse não temer as mudanças. "Não é uma coisa definitiva. Eu vou passar quatro anos lá, mas quero voltar pra casa. Vai ser uma experiência muito boa, pois a comunidade acadêmica do MIT é bem internacional, tem gente de vários países e eu vou poder representar o Brasil".
Sucesso cearense lá foraA propósito, o prodígio cearense avalia que não é à toa o sucesso dos alunos do Estado em grandes instituições e exames. "Acho que esses bons resultados do Ceará, nacionalmente, como o ITA, e internacionalmente, como no MIT, tem muito a ver com o fato de que as escolas particulares aqui são muito competitivas, se preparam bem e isso é bom para o aluno cearense".
Um futuro brilhante?Sobre o futuro, João Lucas pensa alto, mas não amarra uma visão de destino. "Essas universidades preparam seus alunos para serem grandes líderes e eu gostaria de participar desse grupo um dia, mas tenho muito caminho pela frente. No momento, eu estou mais preocupado é em aprender", pondera. Vale lembrar que já passaram pelo MIT, 77 premiados com o Nobel.
Fonte, DN
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