Cientistas divulgam lista das dez espécies mais exóticas descritas no ano passado
Macaco-espirrador
(Rhinopithecus strykeri) foi considerado o ser vivo mais exótico
descrito em 2011 Imagem: Fauna & Flora International
Trata-se da lista das 10 espécies mais exóticas descobertas em 2011. A escolha foi feita por especialistas da Universidade do Estado do Arizona (ASU, EUA) entre 200 novas espécies pré-selecionadas. Essa já é a quinta edição da lista que homenageia o naturalista Lineu, pai da classificação de espécies.
Na nova lista, o Brasil aparece duas vezes: uma com a tarântula-de-sazima (Pterinopelma sazimai), uma aranha azulada descoberta no nosso território nacional e descrita por cientistas do Instituto Butantan (SP), e outra com a água-viva de Bonaire (Tamoya ohboya), descoberta no Caribe, com a participação de cientistas brasileiros, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP).
Água-viva-de-bonaire (Tamoya ohboya) Imagem: Ned DeLoach
Tarântula-de-sazima (Pterinopelma sazimai) Imagens: Instituto Butantan
“Obtivemos sucesso em 2008, conseguindo uma fêmea adulta e algumas jovens aranhas. Depois tivemos a informação de que uma equipe da área de botânica havia coletado alguns animais vivos. Um deles não tinha a cor azul característica, mas concluímos que se tratava do macho da espécie. Com esse material mais completo, pudemos descrever a espécie e publicamos em 2011”, disse Bertani.
O problema é que a espécie mal foi descrita pela Ciência e já está ameaçada pelo tráfico animal. “É muito triste saber que uma aranha com tão poucos espécimes em coleções científicas está sendo comercializada no exterior. Provavelmente esse comércio ilegal é motivado apenas pela beleza e o aspecto inusitado da espécie. Acredito que não se trata de biopirataria propriamente dita, mas de um comércio de pets exóticos”, lamentou o pesquisador.
Confira lista completa:
1 - Macaco-espirrador
O macaco-espirrador (Rhinopithecus strykeri) recebeu esse nome porque espirra quando chove. Ele foi identificado nas montanhas de Myanmar, e foi o primeiro animal da família do macaco-de-nariz-empinado a ser registrado como nativo do país.
2 – Água-viva-de-bonaire
Essa espécie de água-viva foi descoberta em Bonaire, uma ilha holandesa no Caribe. Esse animal venenoso lembra uma pipa, com seus tentáculos coloridos. O nome científico Tamoya ohboya foi selecionado em um projeto de ciências.
Ghent University
Com cerca de meio milímetro de comprimento, esses nematódeos foram descobertos em minas de ouro na África do Sul, a 1,3 km de profundidade. Nenhuma outra espécie multicelular já tinha sido descoberta tão abaixo da superfície.
Andre Schuiteman
Essa espécie rara de plantas foi descoberta na Papua-Nova Guiné, na Oceania. A flor da Bulbophyllum nocturnum se abre por volta de 22h e se fecha cedo pela manhã. Das mais de 25 mil espécies de orquídeas catalogadas, essa é a única que floresce durante a noite.
C. van Achterberg
A vespa Kollasmosoma sentum ataca formigas com uma velocidade impressionante. Ela fica à espreita, voando próxima ao chão, e em um vigésimo de segundo, ela deposita seus ovos dentro do corpo da vítima. A espécie foi descoberta na Espanha.
Eurek Alert
O nome científico desse cogumelo descoberto na ilha de Bornéu, na Malásia, é Spongiforma squarepantsii (o nome de Bob Esponja Calça Quadrada em inglês é “SpongeBob SquarePants”). Apesar do nome é tão parente das esponjas, quanto de nós: muito distantemente.
Paul Egan
A altitude pode explicar por que a Meconopsis autumnalis passou batida pela ciência durante tanto tempo. Seu habitat fica a entre 3,3 mil e 4,2 mil metros de altura em relação ao nível do mar, sujeito a um clima único na altitude do Himalaia.
G. Brovad
Esse milípede – parente dos insetos que tem vários pares de patas – é o maior já encontrado na natureza, com 16 centímetros. Seu nome científico Crurifarcimen vagans significa “salsicha com patas ambulante”. Foi descoberto nas montanhas da Tanzânia.
AFP
Essa espécie extinta encontrada na China viveu há 520 milhões de anos e lembra um verme, mas apresenta dez pares de patas articuladas. Para os cientistas que o descobriram, a Diania cactiformis seria um primeiro elo perdido conhecido entre os vermes e os artrópodes.
10 – Tarântula-de-sazima
Essa espécie vive em uma “ilha ecológica” e só é encontrada no alto da Chapada Diamantina, na Bahia. Seu nome Pterinopelma sazimai é uma homenagem ao cientista Ivan Sazima, que coletou indivíduos dessa aranha nas décadas 1970 e 1980.
Fonte, DN
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