Crescimento do PSB Eunício diz que PMDB não se sente ameaçado

Eleito pela revista Veja o parlamentar mais atuante do Congresso, ele diz que é impossível governar sem o PMDB
O senador Eunício Oliveira declarou ontem, em entrevista ao Diário do Nordeste, que o crescimento do PSB no cenário nacional não traz qualquer preocupação ao PMDB no governo da presidente Dilma Rousseff. De acordo com o parlamentar, "é impossível governar o Brasil sem a participação de um partido com a dimensão, história e tamanho do PMDB".

O senador Eunício Oliveira disse que vai iniciar debate no Senado para garantir voto aberto em caso de perda de mandatos parlamentares FOTO: KID JÚNIOR

Eunício também garantiu que já no início do próximo ano quer retomar as discussões no Senado para propor alteração do regimento interno da Casa no que diz respeito à cassação de mandatos parlamentares. Ele defende que os parlamentares votem abertamente sobre o tema, já que neste caso "é a própria instituição que está sendo julgada".
A postura do senador cearense de defesa do voto aberto nestas situações foi um dos itens avaliados pela revista Veja, que elegeu Eunício o parlamentar mais atuante do Congresso Nacional. Para fazer a escolha, a publicação teve apoio da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Núcleo de Estudos sobre o Congresso. Dentre os critérios considerados, estão o posicionamento de senadores em discursos, atividade parlamentar, combate à corrupção, votações e proposições relevantes ao Brasil.
Ao comentar o resultado da retrospectiva da revista, o senador Eunício Oliveira fez um balanço positivo do ano legislativo de 2012, ressaltando a ampliação da "responsabilidade" do mandato parlamentar. "A avaliação é sempre um horizonte para aquelas pessoas que militam na vida pública e são julgadas a cada minuto", destacou.

Proteção
  Apesar de defender que os senadores declarem o voto sobre cassação de mandatos, Eunício Oliveira ressaltou que o voto fechado, em determinadas situações, é uma "proteção" ao parlamentar, como no caso de apreciação dos vetos presidenciais dos royalties de petróleo. "Em derrubada de vetos, a democracia ficaria muito fragilizada se os parlamentares tivessem que votar abertamente, até porque há a influência de outros poderes, por mais discreta que seja", opinou, ao ser questionado sobre o direito de o eleitor ser informado do posicionamento dos parlamentares durante as votações no Congresso.
Mesmo fazendo ressalvas em relação a algumas votações abertas, Eunício Oliveira ressaltou que tem optado em declarar o voto, tanto nas votações da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da qual ele é presidente, como nas discussões do Plenário da Casa. "Não tenho nenhum problema aqui em abrir o meu voto. O dos vetos é secreto, mas eu abri a minha posição, mesmo sendo aliado da presidente Dilma", garantiu.

Aluguel
  No que se refere a uma possível perda de espaço do PMDB para o PSB do governador Cid Gomes, Eunício Oliveira desconsiderou a possibilidade e disse considerar "saudável" o fortalecimento da legenda. "O que nós não podemos ter no Brasil são os chamados partidos de aluguel, que servem como instrumento de bater em outros candidatos da oposição. É importante que os partidos se fortaleçam", expôs.
Eunício fez questão de ressaltar que o PMDB saiu das eleições deste ano, mais uma vez, "como o maior partido do Brasil". "O PMDB sabe o tamanho e dimensão que tem, a capilaridade, e a sua importância dentro do processo de redemocratização do país, de inclusão das pessoas que viviam à margem da sociedade", declarou o parlamentar.
O senador cearense ainda destacou matérias importantes debatidas este ano no Senado Federal, destacando a ampliação da aplicação da Lei da Ficha Limpa para servidores públicos comissionados, endurecimento da Lei Seca e aprovação do Vale-Cultura, do qual ele foi relator.
   Fonte, DN

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