Corpo de modelo brasileira não tem data para ser liberado na China

Camila Bezerra trabalhava desde os 12 anos como modelo. Ela tinha retorno agendado para agosto de 2013. (Foto: Família/Arquivo Pessoal)

O corpo da modelo cearense Camila Bezerra, encontrada morta na China em 1º de janeiro, ainda não tem data para ser liberado para o traslado ao Brasil, de acordo com o Itamaraty. Ainda de acordo com o Itamaraty, diplomatas brasileiros na cidade de Guangchou, na China, estão mobilizados para reunir informações sobre o caso, mas a causa da morte deve apontada pela perícia forense da polícia chinesa. A liberação do corpo da adolescente também depende de órgãos chineses, de acordo com o Itamaraty.
Camila Bezerra, de 22 anos, morava e trabalhava na China há quatro meses, foi encontrada morta na manhã do dia 1º de janeiro. Segundo a família, devido à data se tratar de um feriado, há dificuldades para obter informações sobre a morte e transportar o corpo. “Lá [na China] falam que ela se jogou [do 14º andar]. Mas não acreditamos nisso. Camila não tinha problemas, era muito religiosa e apegada à família”, destacou a amiga de infância, Bruna Albuquerque.

O Governo do Estado do Ceará afirmou na quarta-feira (2), por meio da Casa Civil, que vai assumir os custos do traslado do corpo da modelo cearense Camila Bezerra. O chefe de gabinete do governador, Danilo Serpa, informou ter encaminhado no início da tarde desta quarta-feira (2) um ofício para a embaixada do Brasil na China assumindo o compromisso de custear as despesas.
Segundo o Governo do Estado, o custo do translado deve ser em torno US$ 15 mil. A data de liberação do corpo não foi definida porque no país asiático ainda é feriado. Familiares e amigos da modelo Camila Bezerra se mobilizaram em redes sociais em busca de ajuda para trazer o corpo da jovem para o Brasil. “Me ajudem, me ajudem a trazer o corpo da minha família, eu quero enterrar ela dignamente”, disse a mãe da jovem, Goreth Bezerra. A mãe afirma não ter recursos para o traslado.
A mãe da modelo de 22 anos afirmou ter sido informada da morte da filha há dois dias. “Uma mulher me ligou e perguntou 'você sabe o que houve com a sua filha? Ela morreu, o corpo dela está no IML'. Eu enlouqueci”, contou a mãe que, imediatamente, procurou notícias da filha pela internet conversando com vários colegas de trabalho.
Os colegas de trabalho contaram para a mãe da jovem que Camila tinha trabalho cedo, por este motivo, foi até o banheiro tomar banho. Logo depois foi encontrada morta por uma amiga que também deveria sair para trabalhar. “Até agora eu não consigo entender o que aconteceu. Chegar no banheiro e cair pela janela. Ela ainda estava de pijama”, conta a mãe.
“Nunca pensei que o sonho da minha filha fosse terminar nessa tragédia. Eu quero esperar ela chegar fazendo surpresa, como ela sempre fazia. Não quero ela em um caixão”, disse Goreth. Ela conta que chegou a pedir a filha para não ir a esta última viagem, “eu disse que ela conseguiria aqui [em Fortaleza]. No aeroporto eu senti, eu falei pro meu filho 'acho que ela não vai voltar'”.

Relatos
   Segundo a modelo Shirley Paulino, colega de trabalho de Camila e que está em Fortaleza, os primeiros relatos seriam de que Camila Bezerra saiu com as amigas com quem dividia apartamento para comemorar o réveillon. Durante a festa, a cearense teria ingerido bebida alcoólica e discutido com o namorado, que foi embora. Em seguida, ainda cedo, ela e as amigas foram para casa, pois algumas delas teriam trabalho logo pela manhã.
Ainda segundo Shirley, uma das meninas acordou por volta de 9h. Como estão no inverno, estranhou a porta e a janela do banheiro estarem abertas e, ao olhar pela janela, viu o corpo de Camila fora do prédio. Elas moravam no 14º andar.
Mas Bruna Albuquerque, amiga de infância de Camila, afirma que outras versões já chegaram até a família. “Disseram que as amigas foram dormir enquanto ela foi ao banheiro. E como ela demorou resolveram arrombar a porta. Como duas meninas arrombariam uma porta?”, questiona a universitária. Camila Bezerra deveria ficar na China até agosto, quando completaria um ano de trabalho.
  Fonte, G1