Delegado desconfia que uma terceira pessoa tenha assassinado filho de subtenente do Exército


Uma terceira pessoa pode ter sido a autora do crime que resultou na morte do filho do subtenente do Exército Francilewdo Bezerra. De acordo com o titular do 16º Distrito Policial, Wilder Brito, as investigações seguem duas vertentes: a versão da esposa do militar Cristiane Coelho, acusando o militar de ter matado o garoto; e a possibilidade de que ela tenha cometido o crime ou que uma terceira pessoa seja autora do assassinato.

“Tem a versão apresentada pela mulher. Ela disse que ele a drogou com a substância do Rivotril [tranquilizante tarja preta], antes a espancou, envenenou o filho e tentou contra a própria vida. Essa é a vertente que a autoridade policial plantonista acatou e lavrou o auto de prisão em flagrante do subtenente”, explica Wilder Brito.

Segundo disse, a outra vertente trabalha na perspectiva de que o militar não tenha cometido o crime. “A segunda vertente é a possibilidade de que o subtenente não tenha feito nada disso e que outra pessoa tenha elaborado toda essa cena e jogado a culpa para ele na esperança de que ele viesse a morrer. Essa pessoa tanto poderia ser ela, quanto uma terceira pessoa. Ou então que essa terceira pessoa estivesse lá auxiliando em todo o desencadeamento”, revela.

Mensagem citava traição
Publicação citava suposta traição (FOTO: Reprodução/Facebook)Uma mensagem no Facebook, publicada logo após o crime no perfil de Francilewdo Bezerra, explica que a esposa pediu divórcio, por tratá-lo como irmão, e que supostamente teria um caso com outro homem. “Sabia que não ficaria sozinha por muito tempo, já tem quem queira até casar. Se for da vontade dela, e se ela sobreviver a quantidade de remédios que lhe dei. Deixa ela ser feliz (…) Sei que ela nunca escondeu ser casada, e abdicou a vida pelos filhos. Queria morrer ao lado dela”, dizia a mensagem.

Segundo Wilder Brito, as investigações chegaram à fase técnica, de averiguação do material eletrônico, como aparelhos de celulares, uso de redes sociais, restauração de informações deletadas, cartas, oitivas e averiguação do perfil psicológico.

“Temos que saber a vida desse casal, quando não morava em Fortaleza. Quando a gente trabalha na questão do crime, a gente faz perguntas clássicas de todas as investigações policiais: por quê? Quem? A quem interessa? Qual a motivação? De acordo com as respostas, a gente pode caminhar com certeza e identificar quem verdadeiramente cometeu o crime. O que eu tenho é que provar”, avalia.

O delegado constantemente visita o subtenente, com a intenção de saber – com a família e com a equipe médica – quando será marcado o depoimento. “Conversei com ele. Pode ser que peguemos as declarações ainda nesta semana”.

Ao acordar do coma, segundo o advogado do militar, Walmir Medeiros, o subtenente lembrou de ter ido ao supermercado e ter comido algo em casa. “Ele tem a impressão de que, depois isso, foi pedido comida de algum lugar, mas não lembra se foi ele ou a esposa que pediu, e jantou. Coisa de rotina”. Imagens da câmera de circuito interno do supermercado não foram divulgadas à imprensa para não atrapalhar as investigações.

Reconstituição

Após a recuperação do militar e sua tomada de depoimento, a esposa Cristiane Coelho será ouvida novamente. Caso surja novidade, poderá ocorrer a reconstituição do crime, na residência da família, no Conjunto Napoleão Viana, Bairro Dias Macedo, em Fortaleza. “Quando tivermos a versão do subtenente, formalizada, com o laudo médico, teremos outro passo mais importante ainda que pode ajudar a esclarecer a autoria do crime”, assegura o delegado.

Fonte, Tribuna do Ceará

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