Vídeo do EI mostra execução de cristãos

Trípoli/Adis Abeba. O grupo radical Estado Islâmico (EI)divulgou domingo um vídeo que mostra a execução de vários homens, apresentados como cristãos etíopes capturados na Líbia.

Com 29 minutos, o vídeo, divulgado em sites jihadistas, mostra um grupo de 12 homens sendo degolados em uma praia e outro, de 16 homens, mortos a tiro em área deserta.

Em fevereiro, o grupo jihadista já tinha divulgado vídeo mostrando a decapitação de 21 homens, a maioria egípcios coptas, em uma praia, numa encenação parecida com a das imagens divulgadas ontem.

Um homem vestido de negro aparece falando em inglês sobre a batalha entre "a fé e a blasfêmia"; os condenados são mostrados como membros "da Igreja etíope inimiga". O EI assumiu o controle de parte dos territórios da Síria e do Iraque, onde proclamou um califado e tem ampliado os abusos, usando os vídeos como armas de propaganda.

Califado na Síria

Um ex-agente de inteligência do então ditador iraquiano Saddam Hussein foi o autor intelectual do avanço do EI no norte da Síria, segundo reportagem publicada pela revista alemã Der Spiegel baseada em documentos aos quais obteve acesso.

A publicação diz que revisou 31 páginas manuscritas com gráficos, cronogramas e listas sobre um anteprojeto para um califado na Síria, obra de um homem que a revista identificou como Samir Abd Muhammad al-Khlifawi, ex-coronel do serviço de inteligência da força de defesa aérea de Saddam. O agente operava com o apelido "Haji Bakr" e notícias indicam que ele morreu em janeiro de 2014 em confrontos com rebeldes sírios.

A Der Spiegel afirmou que os documentos sugerem que a tomada do norte da Síria fazia parte de um plano supervisionado por Haji Bakr usando técnicas (vigilância, espionagem, assassinato e sequestro) aperfeiçoadas na segurança de Saddam.

A colaboração de Bakr na tomada de regiões na Síria fortaleceu a posição do Estado Islâmico no vizinho Iraque. "O que Bakr deixou no papel... Era nada menos que um anteprojeto para uma captura (de território na Síria)", disse Christoph Reuter, autor da reportagem.

"Não era um manifesto de fé, mas um plano tecnicamente detalhado para um 'Estado de Inteligência Islâmico', um califado dirigido por uma organização que evocava a Stasi", acrescentou, referindo-se à agência da Alemanha Oriental.

Depois de 2003, quando os EUA desmantelaram o Exército iraquiano, Bakr ficou desempregado. Em 2010, Bakr e um grupo de ex-agentes de inteligência iraquianos converteram Abu Bakr al-Baghdadi no líder oficial do EI, com o objetivo de dar ao grupo uma "cara religiosa".

Ataque bárbaro

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, condenou "o ataque bárbaro" ocorrido sábado (18) em Jalalabad, no Leste do Afeganistão.

"O secretário-geral condena veementemente o bárbaro ataque levado a cabo sábado em Jalalabad, na província de Nangarhar, no Afeganistão, que causou a morte de 35 pessoas e deixou mais de uma centena de feridos", diz comunicado divulgado pelo porta-voz de Ban Ki-moon.

O grupo radical Estado Islâmico reivindicou o atentado, anunciou o presidente Ashraf Ghani. O ataque ocorreu na parte externa de um banco, onde trabalhadores e militares recebiam os salários, informaram as agências internacionais.

Fonte, DN

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