Relatório da ONU aponta que temperatura do planeta subirá 2,7°C
Relatório divulgado pelas Nações Unidas ontem mostra que, com as
119 metas de redução de gases estufa apresentadas por 146 países e pela
União Europeia, que participação da Conferência de Paris no fim do ano, a
temperatura do planeta subirá 2,7°C até 2100.
O número é apresentado com certo otimismo pela Convenção do Clima
da ONU, já que está bem abaixo do aumento de 4°C ou 5°C projetado antes
da apresentação das chamadas INDCs (Contribuição Pretendida
Nacionalmente Determinada, em inglês). No entanto, está acima do
compromisso de um aumento de 2° C que se esperava obter na 21ª
Conferência Global da ONU (COP-21) sobre o clima, que começa em 30 de
novembro. Os 2°C são considerados o limite aceitável para evitar um
cenário catastrófico de elevação do nível dos oceanos, inundações e
estiagens.
Por isso, o relatório vem como um alerta, um mês antes da
conferência, para que os países façam um esforço maior até lá. Na
avaliação da ONU, as metas apresentadas até 1º de outubro servem de
entrada para cortes que ainda podem ser feitos. “As INDCs têm a
capacidade de limitar a projeção do aumento da temperatura em 2,7°C até
2100 – o que não é, de nenhuma forma, suficiente, mas que é muito menor
que os estimados 4° C, 5° C ou mais de aquecimento projetados por muitos
antes das INDCs”, disse a secretária-executiva da Convenção do Clima,
Christiana Figueres.
As partes que apresentaram suas metas - que incluem todos os países
desenvolvidos e os grandes emergentes - respondem por 86% das emissões
globais de gases de efeito estufa. Segundo a ONU, desde o último dia 1º,
outros países apresentaram propostas de cortes, e é esperado que mais
países se manifestem até a COP-21.
Brasil
O governo brasileiro anunciou sua meta no fim de setembro, durante a
Conferência da ONU para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, em Nova
Iorque. O Brasil assumiu o compromisso de diminuir as emissões de
poluentes em 37% até 2025 e em 43% até 2030, tendo como base 2005. A
meta foi considerada cômoda por muitos, já que, entre 2005 e 2012, as
emissões do Brasil já tinham caído aproximadamente 40% com a redução de
80% do desmatamento.
A justificativa do Governo é que o País vai manter o “horizonte” de
redução das emissões, mas que manter o ritmo conseguido de 2005 a 2012 é
um “esforço inaudito”.
A INDC do Brasil prevê ainda que a matriz energética brasileira
terá participação de 23% de fontes renováveis, excluída a hidrelétrica,
até 2030. Em junho, Dilma anunciara 20%. Energia solar, eólica e
biomassa perfazem hoje 9% da matriz. Contando com hidrelétricas, o
objetivo é alcançar até 2030 participação de 45% de fontes renováveis. A
média mundial é de 13%.
Fonte, O Povo
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