Corpos de bebês são encontrados em lixões no Maciço de Baturité
Três bebês foram encontrados mortos em lixões na mesma região do
Ceará em quatro dias. O mais recente deles foi encontrado no último
domingo, 5, por catadores, dentro de um saco plástico, na localidade de
Itapaí, em Redenção, no Maciço de Baturité. Os outros dois corpos, que,
conforme a Polícia Civil, aparentavam ser de um recém-nascido e de um
feto, foram achados quinta-feira, 2, em um lixão localizado às margens
da CE-356, em Baturité. Delegados do Maciço de Baturité investigam as
ocorrências de forma conjunta e trabalham com a hipótese de as mortes
estarem relacionadas.
A história do último domingo ainda mexe com o catador que encontrou o bebê em Redenção e prefere não ser identificado. Aquele não era dia de trabalho no lixão, mas, quando viu o caçambeiro passar às 13 horas, o homem decidiu chamar o amigo e adiantar logo o trabalho da segunda. Foi o peso da sacola que alertou os dois. “A gente abriu o saco e chamou logo a Polícia. Era um bebê lindo, parecia que estava dormindo. Meu pensamento era: ‘será que colocaram ela viva dentro desse saco, meu Deus?’. É que eu tenho meus meninos pra criar, mas a vontade que eu tinha é de não voltar nunca mais aqui”, contou o catador, no lixão, no fim da tarde de ontem.
A delegada titular de Redenção, Arlete Gonçalves, afirmou que o bebê encontrado no município estava dentro de um saco com a placenta e o cordão umbilical. O feto é do sexo feminino e aparentava ter cerca de nove meses.
Para as investigações, será feita uma força-tarefa com o delegado Ricardo Gonçalves Pinheiro, da Regional de Baturité. “Estamos trabalhando juntos devido à proximidade geográfica dos acontecimentos. São fetos com tamanhos parecidos: uma média de 54 cm, compatível com o final de gestação. Não descartamos a possibilidade de ser um evento conjunto”, afirmou Arlete.
A delegada disse acreditar que os bebês sejam de outra localidade e tenham sido colocado nos lixões das cidades. No entanto, segundo o motorista da caçamba, Paulo Ricardo Sousa, o corpo encontrado neste domingo só pode ter sido recolhido no próprio dia, já que a coleta de sábado já tinha sido descartada e nada foi encontrado.
“Eu acredito que esse bebê foi jogado no domingo mesmo”, conta, detalhando que o lixo daquele dia veio da feira de Redenção e de pontos de coleta da cidade próximos a hospitais e escolas. Nem ele nem a equipe notou o conteúdo da sacola. Ele só soube do bebê pela Polícia, que o procurou.
Clínica clandestina
Moradora do distrito de Itapaí, a agricultora Rocineide de Sousa, 42, disse que, ao ver a forma como estava a criança, teve a impressão de que a pessoa que fez o parto “entendia o que estava fazendo”. “Quem fez é um verdadeiro profissional, porque estava um saco amarrado com a placenta e a crianço no outro. Quem fez sabe bem até o tanto que corta do cordão umbilical. Eu, por exemplo, tive seis filhos e não saberia fazer o que fizeram”, comentou.
Para o delegado Ricardo Gonçalves Pinheiro, há a suspeita de as mortes terem associação com alguma clínica clandestina de aborto. “Estamos investigando se os dois bebês encontrados em Baturité têm algum parentesco. No Instituto Médico Legal também foi colhida uma amostra do pulmão de um dos bebês para saber se ele chegou a ter vida ou morreu ainda em gestação”, explicou. Será feito exame de DNA para tentar investigar a filiação. Em nenhum dos corpos foram encontrados sinais de maus-tratos.
SÃO FETOS COM TAMANHOS PARECIDOS: UMA MÉDIA DE 54 CM, COMPATÍVEL COM O FINAL DE GESTAÇÃO. NÃO DESCARTAMOS A POSSIBILIDADE DE SER UM EVENTO CONJUNTO”.
Arlete Gonçalves,
delegada titular de Redenção
Saiba mais
Segundo os delegados, estão sendo feitos mapeamentos em maternidades, hospitais e postos de saúde da região do Maciço de Baturité para localizar as pessoas que tiveram partos, realizaram pré-natal ou outro tipo de atendimento nas unidades.
Também por meio dos laudos da Perícia, que deverão ser liberados cerca de 30 dias após os exames, será possível ter informações como a idade e o tempo da morte.
Fonte, OPovo
A história do último domingo ainda mexe com o catador que encontrou o bebê em Redenção e prefere não ser identificado. Aquele não era dia de trabalho no lixão, mas, quando viu o caçambeiro passar às 13 horas, o homem decidiu chamar o amigo e adiantar logo o trabalho da segunda. Foi o peso da sacola que alertou os dois. “A gente abriu o saco e chamou logo a Polícia. Era um bebê lindo, parecia que estava dormindo. Meu pensamento era: ‘será que colocaram ela viva dentro desse saco, meu Deus?’. É que eu tenho meus meninos pra criar, mas a vontade que eu tinha é de não voltar nunca mais aqui”, contou o catador, no lixão, no fim da tarde de ontem.
A delegada titular de Redenção, Arlete Gonçalves, afirmou que o bebê encontrado no município estava dentro de um saco com a placenta e o cordão umbilical. O feto é do sexo feminino e aparentava ter cerca de nove meses.
Para as investigações, será feita uma força-tarefa com o delegado Ricardo Gonçalves Pinheiro, da Regional de Baturité. “Estamos trabalhando juntos devido à proximidade geográfica dos acontecimentos. São fetos com tamanhos parecidos: uma média de 54 cm, compatível com o final de gestação. Não descartamos a possibilidade de ser um evento conjunto”, afirmou Arlete.
A delegada disse acreditar que os bebês sejam de outra localidade e tenham sido colocado nos lixões das cidades. No entanto, segundo o motorista da caçamba, Paulo Ricardo Sousa, o corpo encontrado neste domingo só pode ter sido recolhido no próprio dia, já que a coleta de sábado já tinha sido descartada e nada foi encontrado.
“Eu acredito que esse bebê foi jogado no domingo mesmo”, conta, detalhando que o lixo daquele dia veio da feira de Redenção e de pontos de coleta da cidade próximos a hospitais e escolas. Nem ele nem a equipe notou o conteúdo da sacola. Ele só soube do bebê pela Polícia, que o procurou.
Clínica clandestina
Moradora do distrito de Itapaí, a agricultora Rocineide de Sousa, 42, disse que, ao ver a forma como estava a criança, teve a impressão de que a pessoa que fez o parto “entendia o que estava fazendo”. “Quem fez é um verdadeiro profissional, porque estava um saco amarrado com a placenta e a crianço no outro. Quem fez sabe bem até o tanto que corta do cordão umbilical. Eu, por exemplo, tive seis filhos e não saberia fazer o que fizeram”, comentou.
Para o delegado Ricardo Gonçalves Pinheiro, há a suspeita de as mortes terem associação com alguma clínica clandestina de aborto. “Estamos investigando se os dois bebês encontrados em Baturité têm algum parentesco. No Instituto Médico Legal também foi colhida uma amostra do pulmão de um dos bebês para saber se ele chegou a ter vida ou morreu ainda em gestação”, explicou. Será feito exame de DNA para tentar investigar a filiação. Em nenhum dos corpos foram encontrados sinais de maus-tratos.
SÃO FETOS COM TAMANHOS PARECIDOS: UMA MÉDIA DE 54 CM, COMPATÍVEL COM O FINAL DE GESTAÇÃO. NÃO DESCARTAMOS A POSSIBILIDADE DE SER UM EVENTO CONJUNTO”.
Arlete Gonçalves,
delegada titular de Redenção
Saiba mais
Segundo os delegados, estão sendo feitos mapeamentos em maternidades, hospitais e postos de saúde da região do Maciço de Baturité para localizar as pessoas que tiveram partos, realizaram pré-natal ou outro tipo de atendimento nas unidades.
Também por meio dos laudos da Perícia, que deverão ser liberados cerca de 30 dias após os exames, será possível ter informações como a idade e o tempo da morte.
Fonte, OPovo
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