Operação Frade de Pedra prende prefeito e vereador de Itapajé
Procuradoria de Justiça dos Crimes contra a Administração Pública
(PROCAP), do Ministério Público do Estado do Ceará, desencadeou, nesta
segunda-feira (04), a segunda fase da Operação “Frade de Pedra”, no
município de Itapajé. Foram cumpridos mandados de prisão preventiva
contra o prefeito do município, Ciro Mesquita da Silva Braga, e o
vereador Idervaldo Rodrigues Rocha, expedidos pela desembargadora Lígia
Andrade de Alencar Magalhães.
Na decisão, a magistrada determinou ainda o afastamento do prefeito e
do vereador por tempo indeterminado. A coordenadora da PROCAP,
vice-procuradora-geral de Justiça Vanja Fontenele, explica que o pedido
de afastamento e de prisão preventiva foi necessário, diante do fato dos
dois estarem tentando tumultuar as provas. “Comprovamos que alguns
vereadores foram abordados para que manipulassem as provas em favor do
prefeito e o vereador. Porém temos a ata e a gravação da sessão na
Câmara que comprovam o crime cometido”, afirma Vanja Fontenele.
Ciro Mesquita da Silva Braga e Idervaldo Rodrigues Rocha são
investigados por envolvimento em fraude de processo legislativo que
tramitou em 2013, quando o vereador era, então, presidente da Câmara
Municipal de Itapajé. Na época, foi alterado um projeto de lei para
autorizar a locação de um galpão onde foi instalada uma indústria de
calçados.
Além disso, estão sendo averiguadas irregularidades na licitação para
reforma do local. Na primeira fase da operação “Frade de Pedra” houve a
quebra de sigilos bancário e fiscal dos investigados, revelando sérios
indícios de participação em esquema de apropriação de recursos públicos e
lavagem de dinheiro, além de crimes contra a ordem tributária.
A pedido da PROCAP, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM)
fiscalizou o galpão em questão, apontando em relatório dotação
orçamentária insuficiente para a despesa; projeto básico deficiente;
falhas no orçamento básico; indícios de inexecução do objeto no período
contratado; não cumprimento das exigências editalícias para pagamento da
despesa. No âmbito do TCM, o processo seguirá o trâmite estabelecido
nos normativos da Corte para apuração das irregularidades.
O prefeito e o vereador são acusados pela PROCAP dos crimes de
falsificação de documento público, falsidade ideológica, inserção de
dados falsos em sistema de informação, fraude em procedimento
licitatório, extravio de documento e peculato.
Participaram da operação, que contou com o apoio de policiais civis
do Departamento de Inteligência Policial (DIP) e da Delegacia Regional
de Itapipoca, os assessores da PROCAP, promotores de Justiça Guilherme
de Lima Soares e Ronald Fontenele Rocha.
Com MPCE
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