Trump diz pela 1ª vez que Rússia pode estar por trás de ataque hacker na eleição

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, admitiu pela primeira vez nesta quarta-feira (11), em sua primeira entrevista coletiva após a eleição, que a Rússia pode ter hackeado o comitê do Partido Democrata na época da eleição americana. "Eu acho que foi a Rússia", disse.

Ele acrescentou, porém, que os americanos sofrem ataques hackers de outros países também, incluindo a China, e culpou o Partido Democrata por não se proteger de forma correta. 

O magnata voltou a negar as reportagens publicadas na terça-feira (10) que sugerem que o Kremlin enviava informações de espionagens para ele e que a Rússia possui informações comprometedoras sobre seu comportamento sexual. 

Ele voltou a dizer que os documentos que vazaram são falsos e que foram encomendados por rivais seus. "Acho que foi vergonhoso que as agências de inteligência tenham permitido o vazamento de informações falsas", disse. Trump afirmou que os agentes de inteligência são "vitais e muito importantes", mas que o vazamento de relatórios secretos para a imprensa é ilegal. 

Trump também criticou a imprensa e discutiu com um jornalista da CNN, impedindo-o de fazer perguntas: "Você não, você não. Sua organização é terrível", disse.

Trump disse que respeita o fato de o presidente russo Vladimir Putin ter se posicionado sobre o assunto, negando tudo. Questionado sobre uma possível ajuda de Putin para ser eleito, respondeu: "Se Putin gosta de Donald Trump, eu considero isso como um ativo, não como um problema."
Ele afirmou também que a Rússia será tratada com muito mais respeito por parte dos EUA quando ele a governar do que quando outros governaram. Disse ainda que espera ter uma boa relação com Putin, mas que pode ser que isso não ocorra. 

O empresário voltou a dizer que não tem ligações, negócios ou empréstimos na Rússia. "Poderíamos fazer negócios com a Rússia facilmente se eu quisesse", disse, acrescentando que optou por não seguir esse caminho por saber que seria questionado. Ele apresentou uma pilha de documentos que, segundo ele, apontam sua recusa em fazer negócios no país de Putin.

Empregos e muro

Trump começou sua fala dizendo que vai ser "o maior gerador de empregos que Deus já criou". Ele afirmou que nas últimas semanas esteve muito ativo trabalhando pelo governo, principalmente no setor econômico, e que haverá grandes notícias na próxima semana no setor automotivo, com a construção de uma grande fábrica. Disse também que é preciso reativar a indústria farmacêutica do país.

Segundo o presidente eleito, durante seu mandato, se as empresas quiserem se mudar dos EUA para o México e demitir seus funcionários em estados americanos, elas terão que pagar altos impostos para vender produtos nos EUA. 

Trump disse que há muitos estados no país e que as companhias podem se mudar dentro deles. "Eu não ligo, desde que seja dentro das fronteiras dos EUA." Para ele, se os políticos tivessem feito isso anos atrás, haveria milhões de empregos a mais no país atualmente. 

Sobre sua proposta de fazer um muro na fronteira entre os EUA e México, ele reiterou: "Vamos construir o muro". Ele disse que não quer esperar por uma negociação com o México, que pode durar mais de um ano, para começar a construir, e voltou a afirmar que o país vizinho irá reembolsar os EUA pela construção. Ele disse ainda que respeita o governo e o povo do México. 

Trump disse que está muito orgulhoso da equipe que vem formando e que quer estar cercado pelas melhores pessoas. Segundo ele, o país tem perdido muito recentemente. "Não fazemos mais bons negócios."
Questionado sobre o sistema de saúde dos EUA, o presidente eleito disse que o Obamacare - política de Obama para a área - é um "desastre completo e total", e que todos ficarão orgulhosos do que ele irá fazer com o cuidado de saúde no país. Ele disse que, assim que seu secretário de Saúde for aprovado, será apresentado um substituto para o Obamacare.

Empresas pessoais

Trump anunciou um plano para se afastar de suas empresas enquanto estiver na presidência. Ele disse que seus dois filhos, Eric e Donald Jr., vão tocar os negócios nas organizações com seu nome durante o período, e que eles não irão consultá-lo sobre suas decisões. 

Sheri Dillon, advogada de Trump, também falou sobre o tema durante a entrevista coletiva, afirmando que a medida vai causar considerável perda financeira, mas foi tomada para deixar claro que ele não está utilizando a presidência em benefício de seus negócios pessoais. Ela lembrou que a Constituição não requer que o presidente eleito faça nada em relação a seus negócios, mas que ele quer fazer mais do que o necessário. 

Dillon disse que negócios com outros países não serão feitos pela empresa de Trump durante seu governo, e que negócios internos, dentro dos EUA, serão analisadas para evitar conflitos. Disse ainda que o magnata irá doar ao Tesouro americano lucros de seus hotéis. 

Trump disse ainda que no fim de semana recebeu uma oferta de US$ 2 bilhões para fazer um negócio em Dubai e que a recusou. "Eu não precisaria ter recusado, porque como vocês sabem, eu não tenho conflitos de interesse por ser presidente. Mas eu não quero tomar vantagem de nada." 

Antes de Trump, seu vice, Mike Pence, disse que Trump "fará a América grande novamente". Pence disse que sempre foi apoiador de uma imprensa livre, mas que para isso é preciso responsabilidade. 

Fonte, G1



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