Trump diz pela 1ª vez que Rússia pode estar por trás de ataque hacker na eleição
Ele acrescentou, porém, que os americanos sofrem ataques hackers de
outros países também, incluindo a China, e culpou o Partido Democrata
por não se proteger de forma correta.
O magnata voltou a negar as reportagens publicadas na terça-feira (10) que
sugerem que o Kremlin enviava informações de espionagens para ele e que
a Rússia possui informações comprometedoras sobre seu comportamento
sexual.
Ele voltou a dizer que os documentos que vazaram são falsos e que foram
encomendados por rivais seus. "Acho que foi vergonhoso que as agências
de inteligência tenham permitido o vazamento de informações falsas",
disse. Trump afirmou que os agentes de inteligência são "vitais e muito
importantes", mas que o vazamento de relatórios secretos para a imprensa
é ilegal.
Trump disse que respeita o fato de o presidente russo Vladimir Putin
ter se posicionado sobre o assunto, negando tudo. Questionado sobre uma
possível ajuda de Putin para ser eleito, respondeu: "Se Putin gosta de
Donald Trump, eu considero isso como um ativo, não como um problema."
Ele afirmou também que a Rússia será tratada com muito mais respeito
por parte dos EUA quando ele a governar do que quando outros governaram.
Disse ainda que espera ter uma boa relação com Putin, mas que pode ser
que isso não ocorra.
O empresário voltou a dizer que não tem ligações, negócios ou
empréstimos na Rússia. "Poderíamos fazer negócios com a Rússia
facilmente se eu quisesse", disse, acrescentando que optou por não
seguir esse caminho por saber que seria questionado. Ele apresentou uma
pilha de documentos que, segundo ele, apontam sua recusa em fazer
negócios no país de Putin.
Empregos e muro
Trump começou sua fala dizendo que vai ser "o maior gerador de empregos
que Deus já criou". Ele afirmou que nas últimas semanas esteve muito
ativo trabalhando pelo governo, principalmente no setor econômico, e que
haverá grandes notícias na próxima semana no setor automotivo, com a
construção de uma grande fábrica. Disse também que é preciso reativar a
indústria farmacêutica do país.
Segundo o presidente eleito, durante seu mandato, se as empresas
quiserem se mudar dos EUA para o México e demitir seus funcionários em
estados americanos, elas terão que pagar altos impostos para vender
produtos nos EUA.
Trump disse que há muitos estados no país e que as companhias podem se
mudar dentro deles. "Eu não ligo, desde que seja dentro das fronteiras
dos EUA." Para ele, se os políticos tivessem feito isso anos atrás,
haveria milhões de empregos a mais no país atualmente.
Sobre sua proposta de fazer um muro na fronteira entre os EUA e México,
ele reiterou: "Vamos construir o muro". Ele disse que não quer esperar
por uma negociação com o México, que pode durar mais de um ano, para
começar a construir, e voltou a afirmar que o país vizinho irá
reembolsar os EUA pela construção. Ele disse ainda que respeita o
governo e o povo do México.
Trump disse que está muito orgulhoso da equipe que vem formando e que
quer estar cercado pelas melhores pessoas. Segundo ele, o país tem
perdido muito recentemente. "Não fazemos mais bons negócios."
Questionado sobre o sistema de saúde dos EUA, o presidente eleito disse
que o Obamacare - política de Obama para a área - é um "desastre
completo e total", e que todos ficarão orgulhosos do que ele irá fazer
com o cuidado de saúde no país. Ele disse que, assim que seu secretário
de Saúde for aprovado, será apresentado um substituto para o Obamacare.
Empresas pessoais
Trump anunciou um plano para se afastar de suas empresas enquanto
estiver na presidência. Ele disse que seus dois filhos, Eric e Donald
Jr., vão tocar os negócios nas organizações com seu nome durante o
período, e que eles não irão consultá-lo sobre suas decisões.
Sheri Dillon, advogada de Trump, também falou sobre o tema durante a
entrevista coletiva, afirmando que a medida vai causar considerável
perda financeira, mas foi tomada para deixar claro que ele não está
utilizando a presidência em benefício de seus negócios pessoais. Ela
lembrou que a Constituição não requer que o presidente eleito faça nada
em relação a seus negócios, mas que ele quer fazer mais do que o
necessário.
Dillon disse que negócios com outros países não serão feitos pela
empresa de Trump durante seu governo, e que negócios internos, dentro
dos EUA, serão analisadas para evitar conflitos. Disse ainda que o
magnata irá doar ao Tesouro americano lucros de seus hotéis.
Trump disse ainda que no fim de semana recebeu uma oferta de US$ 2
bilhões para fazer um negócio em Dubai e que a recusou. "Eu não
precisaria ter recusado, porque como vocês sabem, eu não tenho conflitos
de interesse por ser presidente. Mas eu não quero tomar vantagem de
nada."
Antes de Trump, seu vice, Mike Pence, disse que Trump "fará a América
grande novamente". Pence disse que sempre foi apoiador de uma imprensa
livre, mas que para isso é preciso responsabilidade.
Fonte, G1
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