Rodrigo Maia é reeleito em primeiro turno presidente da Câmara dos Deputados
Ele derrotou outros cinco candidatos que também estavam na disputa:
Jovair Arantes (PTB-GO), Luiza Erundina (PSOL-SP), Júlio Delgado
(PSB-MG), André Figueiredo (PDT-CE) e Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
No total, votaram 504 dos 513 deputados. Para ser eleito em primeiro
turno, Maia necessitava de pelo menos metade mais um dos votos (253).
Confira a votação de cada um:
- Rodrigo Maia: 293 votos
- Jovair Arantes: 105 votos
- André Figueiredo: 59 votos
- Júlio Delgado: 28 votos
- Luíza Erundina: 10 votos
- Jair Bolsonaro: 4 votos
- Votos em branco: 5
Após a eleição do presidente, a Câmara elegeu os demais integrantes da
Mesa Diretora: os dois vice-presidentes, os quatro secretários e os
quatro suplentes de secretaria.
A candidatura de Maia chegou a ser contestada na Justiça pelos adversários,
mas uma decisão liminar (provisória) do ministro Celso de Mello, do
Supremo Tribunal Federal (STF), na noite de quarta-feira (1º) permitiu que ele participasse da disputa.
O argumento dos rivais era que a Constituição e o regimento interno da
Câmara proíbem a reeleição na mesma legislatura (a atual termina em
fevereiro de 2019).
Maia, por sua vez, afirmava que havia sido eleito em julho de 2016 para um mandato-tampão de seis meses, em substituição a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou à presidência da Câmara em julho do ano passado.
Mesmo com as ações judiciais em curso, o deputado fluminense já vinha
articulando nos bastidores para ser reconduzido ao cargo.
Como resultado das negociações, Maia conseguiu montar um bloco
parlamentar que reuniu 13 partidos, totalizando 358 deputados. Entre os
integrantes do bloco estavam PMDB, PSDB, PP, PR, PSD, PSB, DEM, PRB,
PTN, PPS, PHS, PV e PTdoB.
A estratégia também visava garantir as vagas na Mesa Diretora, uma vez
que a distribuição é feita de acordo com o tamanho dos blocos ou
partidos.
O número de deputados reunidos no bloco de Rodrigo Maia foi suficiente
para que o grupo ocupe todas as vagas titulares da Mesa Diretora.
Discurso prévio
Em seu discurso antes da votação,
Rodrigo Maia defendeu a independência entre os três poderes e criticou
os questionamentos na Justiça para decidir sobre questões relativas à
Câmara dos Deputados. “Muito se fala em independência, mas, mais uma
vez, o ator principal da nossa eleição foi o Poder Judiciário e, por
incrível que pareça, por decisão dos próprios políticos”, disse.
E continuou: “Todas as nossas decisões acabam sendo elevadas ao
Judiciário, pegamos ações contra parlamentares e vamos para a porta da
PGR [Procuradoria Geral da República] e do Supremo para dizer que aqui
está a solução para o nosso problema”.
Ele fez um breve balanço dos sete meses em que esteve à frente do
comando da Câmara numa espécie de mandato-tampão. “Conseguimos com muito
equilíbrio coletivo, com muita harmonia, conduzir os trabalhos dessa
Casa num momento em que as relações pessoais, inclusive no plenário,
eram de um radicalismo nunca antes visto nessa Casa”, disse.
Maia afirmou que vai trabalhar para combater informações falsas que
circulam contra a Câmara dos Deputados, principalmente nas redes
sociais. “Nós vamos precisar construir de forma rápida uma estrutura
para que a Casa possa ser defendida, para que a instituição possa falar
com milhões de brasileiros que hoje só ouvem mentiras contra esse
parlamento”, disse.
Presidente da Câmara
Como atualmente o país não tem vice-presidente da República, o
presidente da Câmara é o primeiro na linha de sucessão do Executivo.
Maia assumirá o comando do Palácio do Planalto sempre que Temer viajar
para o exterior.
À frente da Câmara, Maia continuará com a tarefa de definir a pauta de
votações após consulta aos líderes partidários. Aliado do Palácio do
Planalto, o presidente reeleito da Câmara tem defendido a aprovação das
principais medidas econômicas propostas por Michel Temer, como a Reforma
da Previdência.
Lava Jato
Em pré-delação ao Ministério Público Federal, o ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho disse que Maia era o ponto de interlocução dentro da Câmara na defesa dos interesses da empresa.
Afirmou também que o parlamentar teria recebido um pagamento de R$ 500 mil em 2010.
Maia contesta a acusação e diz que todas as doações recebidas foram
legais e declaradas ao TSE, além de nunca ter recebido vantagem indevida
para voltar qualquer matéria na Casa.
Fonte, G1
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