PDT confirma Ciro Gomes para disputa da Presidência; candidato diz que não é 'anjo' e que vai atacar 'privilégios'
Na chegada ao evento, Ciro Gomes afirmou que fala "10 horas por dia" e
que "evidentemente" pode errar "aqui e ali". "Nunca tive pretensão de
ser um anjo", afirmou.
Em seu primeiro discurso como candidato, Ciro Gomes disse que o Brasil é
um país “grande e com recursos” para “oferecer uma vida feliz ao povo”.
“O que está faltando é coesão, debate franco sobre o Brasil que
queremos”, declarou.
O candidato afirmou que é necessário acabar com “a cultura de ódio” no
país. “Acabar com essa ideia de brasileiro contra brasileiro se ferindo
pela internet”, disse.
O político declarou que precisará de todos os segmentos da sociedade,
“porque ninguém é dono da verdade”. “Apesar de alguns quererem tratar
[isso] com frases de efeito”, afirmou.
Privilégios
Durante o discurso, Ciro afirmou ainda, sem citar exemplos, que vai "perseguir" e "encerrar" cada privilégio.
"Vou olhar com uma lupa cada conta, cada privilégio. Comigo privilégio
vai ser perseguido e encerrado, seja de quem for. Poderosos, como se
acham que são, cada privilégio será trazido à denúncia pública", disse o
candidato.
Corrupção e economia
O ex-governador do Ceará também defendeu o combate à corrupção, que chamou de “câncer a crença do povo na política”.
Sobre economia, Ciro disse que, a “pretexto de austeridade fiscal”,
“essa gente quebrou o país”, sem especificar a quais governos estava se
referindo. “O Brasil nunca esteve tão fragilizado nas contas públicas”,
declarou.
Ciro citou números das contas públicas e fez críticas ao que se deve ao
“baronato”. Mas, ressaltou: “Não cabe aventura, ruptura, nem
desrespeito aos contratos”.
O candidato defendeu um novo “projeto nacional de desenvolvimento” com
apoio à indústria e ao comércio nacionais, que, na avaliação dele, estão
“sofrendo”.
“Será que dá para pagar celular moderno, química fina, maquinário e
equipamentos com minério de ferro bruto, soja em grãos, e petróleo
bruto? Não. Essa conta não fecha e, por isso, o Brasil quebra”, afirmou.
“O Brasil é o país que mais destrói as próprias indústrias no capitalismo mundial”, acrescentou.
Desemprego e geração de renda
Ciro Gomes citou os altos índices de desempregados e de brasileiros que
trabalham na informalidade e disse que, se eleito, investirá na geração
de empregos e renda.
“[Precisamos] acabar com a vergonha da extrema pobreza, avançar na
educação e em uma saúde que atenda a mínima dignidade do povo, apostar
na diversidade, e investir na ciência e na tecnologia”, disse o
pedetista, enumerando as prioridades caso se torne presidente do país.
Segurança pública e saúde
O pedetista também defendeu maior participação da União na segurança
pública, além do direcionamento das polícias federais para o combate a
organizações criminosas violentas.
Ciro afirmou ainda que investirá em inteligência para a prevenção de homicídios e controle das fronteiras.
Sobre saúde, o candidato declarou que é preciso reduzir a espera pelos atendimentos ambulatoriais.
Educação
O pedetista também disse que pretende investir na educação pública que, possivelmente, será a maior prioridade se for eleito.
“Educação de qualidade é a única saída para uma nação se emancipar”, opinou.
Em relação ao setor, Ciro disse que dará continuidade à política de
cotas para fazer “justiça” com os "discriminados" da sociedade
brasileira.
Carreira política
A eleição presidencial de 2018 será a terceira tentativa do político de
chegar ao Palácio do Planalto. Ciro concorreu nas eleições de 1998 e de
2002, mas jamais chegou ao segundo turno.
Atual vice-presidente do PDT, Ciro Gomes foi ministro da Fazenda entre
setembro de 1994 e janeiro de 1995, período final do governo Itamar
Franco e início do governo Fernando Henrique Cardoso.
Advogado, Ciro também foi ministro da Integração Nacional, entre
janeiro de 2003 e março de 2006, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula
da Silva.
Ex-governador do Ceará e ex-prefeito de Fortaleza, Ciro Gomes já foi
deputado federal e está no sétimo partido desde que entrou para a
política (também foi filiado a PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB e PROS).
Compareceram ao evento, o presidente da legenda, Carlos Lupi, o irmão
de Ciro Gomes, Cid Gomes, o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves e
também os deputados que representam o partido na Câmara dos Deputados.
No discurso de abertura do evento, o presidente do PDT comentou críticas ao tom das declarações de Ciro Gomes.
“Como dá pra ser mole com o Brasil com tanta desgraça, com tanta
corrupção, com tanto golpista no Palácio do Planalto?”, questionou.
E acrescentou: “Aqueles que te atiram pedras são os mesmos que vão ver você construir o futuro da nação brasileira”.
Fonte, G1
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