Delegada diz ter prendido suspeito de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco

Policiais da 82ª DP (Maricá) prenderam na manhã desta terça-feira (18) o ex-policial militar Renato Nascimento Santos. Segundo a delegada Carla Tavares, Renatinho Problema, como é conhecido, tem dois mandados de prisão expedidos por homicídio.

A Divisão de Homicídios informa que o ex-PM é suspeito de ser um dos ocupantes do carro onde estava o assassino da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes. 

Renatinho é apontado como integrante da milícia de Orlando Curicica, citado em delação como o mandante da morte de Marielle. Orlando, que está preso, nega e afirma que foi forçado a assumir a autoria do crime.
Renatinho Problema foi pego em Guapimirim, na Baixada Fluminense. Ele é suspeito de integrar milícia e tinha dois mandados de prisão por homicídio e outro por porte ilegal de arma. Outro ex-PM que acompanhava Renatinho foi preso em flagrante por porte ilegal de arma. 

Quinta-feira passada (13), agentes da Divisão de Homicídios foram às ruas para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão, mas ninguém foi preso.

O que se sabe sobre o caso Marielle e Anderson

Carro em que Marielle estava quando foi baleada — Foto: Divulgação
A vereadora do PSOL Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, foram mortos no Estácio, bairro na Região Central do Rio, no dia 14 de março. 

O caso é tratado como sigiloso pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A Polícia Federal se ofereceu para assumir as investigações, mas o estado declinou.
Do pouco que foi dito das investigações, destacam-se dois momentos:
  1. A delação que acusou o vereador Marcello Siciliano e o miliciano Orlando Curicica - ambos negam.
  2. A afirmação do secretário de Segurança, general Richard Nunes, de que Marielle foi morta por supostamente ameaçar grilagem de terras da milícia.
Antes, um resumo do dia do atentado e das investigações subsequentes.

O dia 14 de março

  1. 19h: Marielle chega à Casa das Pretas, na Rua dos Inválidos, Lapa, para mediar debate com jovens negras.
  2. Um Chevrolet Cobalt com placa de Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense, para próximo ao local.
  3. Quando Marielle chega, um homem sai do carro e fala ao celular.
  4. 21h: Marielle deixa a Casa das Pretas com uma assessora e Anderson. Pouco depois, um Cobalt também sai e segue o carro de Marielle.
  5. No meio do trajeto, um segundo carro se junta ao Cobalt e persegue o veículo de Marielle.
  6. 21h30: na Rua Joaquim Palhares, no Estácio, um dos veículos emparelha com o carro de Marielle e faz 13 disparos: 9 acertam a lataria e 4, o vidro.
  7. Marielle e Anderson são baleados e morrem. A vereadora foi atingida por 4 tiros na cabeça. Anderson levou ao menos 3 tiros nas costas.
  8. Assessora é atingida por estilhaços, levada a um hospital e liberada.
  9. Criminosos fugiram sem levar nada.
O QUE FOI APURADO
  • Arma foi utilizada foi uma submetralhadora MP5 9 mm; tiros foram disparados a uma distância de 2 metros.
  • Munição pertencia a um lote vendido para a Polícia Federal de Brasília em 2006. A polícia recuperou 9 cápsulas no local do crime.
  • Ministro da Segurança, Jungmann diz que as balas foram roubadas na sede dos Correios na Paraíba, "anos atrás".
  • Ministério da Segurança afirma que a agência dos Correios na Paraíba foi arrombada e assaltada em julho de 2017 e que no local foram encontradas cápsulas do mesmo lote de munição.
  • Lote é o mesmo de parte das balas utilizadas na maior chacina do Estado de São Paulo, em 2015, e também nos assassinatos de 5 pessoas em guerras de facções de traficantes em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.
  • Polícia acredita que assassinos observaram Marielle antes do crime porque sabiam exatamente a posição dela dentro do carro. Vereadora estava sentada no banco traseiro – algo que não costumava fazer – e o veículo tem vidros escurecidos.
  • Testemunhas: assessora de Marielle e uma segunda pessoa foram ouvidas sobre o caso.
  • Polícia reuniu imagens de câmeras de segurança. Cinco das 11 câmeras de trânsito da Prefeitura do Rio que estavam no trajeto de Marielle estavam desligadas.
  • A investigação ganhou um reforço de 5 promotores, a pedido do responsável pelo caso.
  • Vereador e ex-PM miliciano são citados por testemunha.
  • Dois homens são presos suspeitos de envolvimento no caso
 Fonte, G1

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