Delegada diz ter prendido suspeito de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco
A Divisão de Homicídios informa que o ex-PM é suspeito de ser um dos
ocupantes do carro onde estava o assassino da vereadora Marielle Franco e
do motorista dela, Anderson Gomes.
Renatinho é apontado como integrante da milícia de Orlando Curicica,
citado em delação como o mandante da morte de Marielle. Orlando, que
está preso, nega e afirma que foi forçado a assumir a autoria do crime.
Renatinho Problema foi pego em Guapimirim, na Baixada Fluminense. Ele é
suspeito de integrar milícia e tinha dois mandados de prisão por
homicídio e outro por porte ilegal de arma. Outro ex-PM que acompanhava
Renatinho foi preso em flagrante por porte ilegal de arma.
Quinta-feira passada (13), agentes da Divisão de Homicídios foram às
ruas para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão, mas ninguém
foi preso.
O que se sabe sobre o caso Marielle e Anderson
Carro em que Marielle estava quando foi baleada — Foto: Divulgação
A vereadora do PSOL Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, foram mortos no Estácio, bairro na Região Central do Rio, no dia 14 de março.
O caso é tratado como sigiloso pela Polícia Civil e pelo Ministério
Público do Rio de Janeiro. A Polícia Federal se ofereceu para assumir as
investigações, mas o estado declinou.
Do pouco que foi dito das investigações, destacam-se dois momentos:
- A delação que acusou o vereador Marcello Siciliano e o miliciano Orlando Curicica - ambos negam.
- A afirmação do secretário de Segurança, general Richard Nunes, de que Marielle foi morta por supostamente ameaçar grilagem de terras da milícia.
Antes, um resumo do dia do atentado e das investigações subsequentes.
O dia 14 de março
- 19h: Marielle chega à Casa das Pretas, na Rua dos Inválidos, Lapa, para mediar debate com jovens negras.
- Um Chevrolet Cobalt com placa de Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense, para próximo ao local.
- Quando Marielle chega, um homem sai do carro e fala ao celular.
- 21h: Marielle deixa a Casa das Pretas com uma assessora e Anderson. Pouco depois, um Cobalt também sai e segue o carro de Marielle.
- No meio do trajeto, um segundo carro se junta ao Cobalt e persegue o veículo de Marielle.
- 21h30: na Rua Joaquim Palhares, no Estácio, um dos veículos emparelha com o carro de Marielle e faz 13 disparos: 9 acertam a lataria e 4, o vidro.
- Marielle e Anderson são baleados e morrem. A vereadora foi atingida por 4 tiros na cabeça. Anderson levou ao menos 3 tiros nas costas.
- Assessora é atingida por estilhaços, levada a um hospital e liberada.
- Criminosos fugiram sem levar nada.
O QUE FOI APURADO
- Arma foi utilizada foi uma submetralhadora MP5 9 mm; tiros foram disparados a uma distância de 2 metros.
- Munição pertencia a um lote vendido para a Polícia Federal de Brasília em 2006. A polícia recuperou 9 cápsulas no local do crime.
- Ministro da Segurança, Jungmann diz que as balas foram roubadas na sede dos Correios na Paraíba, "anos atrás".
- Ministério da Segurança afirma que a agência dos Correios na Paraíba foi arrombada e assaltada em julho de 2017 e que no local foram encontradas cápsulas do mesmo lote de munição.
- Lote é o mesmo de parte das balas utilizadas na maior chacina do Estado de São Paulo, em 2015, e também nos assassinatos de 5 pessoas em guerras de facções de traficantes em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.
- Polícia acredita que assassinos observaram Marielle antes do crime porque sabiam exatamente a posição dela dentro do carro. Vereadora estava sentada no banco traseiro – algo que não costumava fazer – e o veículo tem vidros escurecidos.
- Testemunhas: assessora de Marielle e uma segunda pessoa foram ouvidas sobre o caso.
- Polícia reuniu imagens de câmeras de segurança. Cinco das 11 câmeras de trânsito da Prefeitura do Rio que estavam no trajeto de Marielle estavam desligadas.
- A investigação ganhou um reforço de 5 promotores, a pedido do responsável pelo caso.
- Vereador e ex-PM miliciano são citados por testemunha.
- Dois homens são presos suspeitos de envolvimento no caso.
Fonte, G1
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