Governo Federal não confirma Copa América e estabelece condições, incluindo atletas vacinados
O ministro Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil) afirmou na noite desta segunda-feira (31) que a realização da Copa América no Brasil ainda não está definida, mas disse que o evento, caso ocorra no país, seguirá protocolos sanitários como a vacinação de atletas e comitivas.
"Não tem nada certo. Estamos no meio do processo, mas não vamos nos
furtar a uma demanda, caso seja possível atender", declarou o ministro.
Ramos fez uma declaração à imprensa ao lado do secretário especial de Esporte, Marcelo Reis Magalhães.
Ele afirmou que na manhã desta segunda recebeu uma ligação de Walter Feldman, secretário-geral da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que lhe consultou sobre a organização do evento no Brasil. Nas palavras de Ramos, tratou-se de uma "demanda" levantada por Feldman.
Ainda de acordo com Ramos, o tema foi debatido em reunião no Planalto, mas o martelo ainda não foi batido.
O ministro detalhou ainda condições sanitárias que devem ser
estabelecidas caso o torneio de fato ocorra no Brasil, entre elas a que
atletas e comitivas estejam vacinas.
"Esse evento, caso se realize, não terá público. No momento são 10
times. No máximo, já foi acordado nessa reunião com a nossa presença e a
CBF (Confederação Brasileira de Futebol^), são 10 times, com dois
grupos; 65 pessoas em cada delegação. Todos vacinados. [É] imposição que
nós tratamos com a CBF. Até agora não há documento firmado, apenas
essas tratativas", afirmou.
Sedes
Caberá à CBF, segundo o secretário Magalhães, negociar diretamente com os estados e municípios para escolher as sedes do torneio.
Alguns governadores de estados cotados para receber partidas –como Pernambuco e Rio Grande do Norte– já afirmaram que não têm condições sanitárias de receber jogos. Outros disseram que não foram procurados pelo governo.
Os comentários de Ramos contradizem manifestação da Conmebol
(Confederação Sul-Americana de Futebol), que em suas contas oficiais
afirmou que o Brasil sediaria o evento. Inclusive, a entidade agradeceu o
presidente Jair Bolsonaro.
"O Brasil receberá a Copa América 2021! O melhor futebol do mundo levará
alegria e paixão a milhões de sul-americanos. A Conmebol agradece ao
presidente Jair Bolsonaro e sua equipe, assim como à Confederação
Brasileira de Futebol", disse a Conmebol, no Twitter.
Apesar de ter destacado a situação de indefinição, Ramos rebateu
críticas contra a realização do campeonato no Brasil por conta da crise
da pandemia da Covid. Até o momento, mais de 460 mil pessoas morreram da
doença no país.
"Por que o Brasil vai sediar a Copa América durante uma pandemia?
Senhores, primeiro que foi uma demanda que foi realizada via CBF, pela
Conmebol. Estamos em plena pandemia, com situação difícil, só que o
Campeonato Brasileiro, ele envolve 20 times na Série A, e 20 times na
Série B".
"Ou seja, estão ocorrendo jogos em todo o Brasil. Fora esse detalhe, acabou semana passada os campeonatos estaduais. Então, com a realização dos jogos da Copa América, que serão poucos, não sei por que algumas pessoas se pronunciaram contra o evento, se há jogos do campeonato brasileiro, estaduais, e Libertadores", disse.
Esforços
Magalhães, por sua vez, ressaltou que a Copa América é um evento privado.
"A gente foi demandado pela CBF hoje pela manhã e estamos fazendo
esforços para caso, caso, a gente venha realizar a Copa América, que a
CBF, por se tratar de evento totalmente privado –é bom deixar claro: é
evento privado–, [que a] CBF negocie com os estados e municípios onde
vão ser as sedes. O governo federal apenas dará toda a parte de
estrutura para a entrada dessas equipes no país, basicamente isso",
disse.
Fonte, DN
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