Oposição e bolsonaristas repercutem nas redes sociais os protestos contra o governo

 


Após mais um fim de semana com manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que pediam o impeachment, maior agilidade na vacinação contra a Covid-19, a volta do auxílio emergencial, dentre outras pautas, a batalha entre bolsonaristas e opositores voltou a ter palco nas redes sociais. A repercussão entre atores políticos que se opõem ao governo, e aqueles que o apoiam, expôs pontos de vista distintos dos atos ocorridos no último sábado, 3.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que esteve na manifestação em São Paulo ao lado do ex-presidenciável Fernando Haddad (PT), celebrou. “Com a militância e o companheiro Fernando Haddad hoje na Avenida Paulista. Queremos vacina no braço e o impeachment”, escreveu. Na capital paulista, o ato fez com que algo inédito ocorresse: filiados do PT e do PSDB, rivais históricos, caminharam lado a lado pedindo a saída do atual presidente.

Gleisi comemorou o fato do PSDB estar participando da manifestação. "Significa que o movimento para tirar Bolsonaro está crescendo. Sempre estivemos nessa caminhada e é muito bom ver os que não estiveram se juntarem agora. Precisamos de todos que querem a democracia”, disse. Entretanto, houve confusão entre grupos que vestiam blusas do PCO e militantes tucanos; uma bandeira do PSDB chegou a ser queimada.

As imagens da briga, somadas as de atos de vandalismo no fim da manifestação na capital paulista, onde um grupo de pessoas depredou agências bancárias e outros estabelecimentos, serviriam mais tarde como parte dos argumentos de apoiadores do presidente para vincular a imagem de violência aos protestos; acirrando a polarização e a narrativa bolsonarista do “nós contra eles”.

No Rio de Janeiro, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) foi de verde e amarelo aos atos. “Vim com a blusa do Brasil porque essas cores representam alegria e união do povo. Essas cores não podem e nunca vão representar a divisão do país que esse governo genocida está fazendo”, disse. Nas redes sociais ele publicou diversas fotos da manifestação.

Já entre bolsonaristas, foi notório o esforço para tratar os protestos como um “fracasso”, com argumentos que variaram entre a quantidade de pessoas presentes e o que houve de violência no ato ocorrido em São Paulo. O próprio Bolsonaro repercutiu ao criticar o vandalismo na manifestação na capital paulista. Segundo o presidente, “o ato nunca foi por saúde ou democracia, sempre foi pelo poder”, escreveu no Twitter.

Opinião compartilhada pelas deputadas federais bolsonaristas Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF). “Surpresa mesmo seria a esquerda criminosa fazer uma manifestação sem vandalismo nem agressões”, afirmou Zambelli ao passo em que Kicis disse que a violência “merece a reprimenda dos órgãos de segurança, do MP e da Justiça”.

Já o deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ), ironizou os atos. “A esquerda tem que aprender a comunicar melhor as minifestações. Eles falaram durante muito tempo o fica em casa. Os esquerdistas não devem ter ficado sabendo que era pra ir pra rua contra o bozo”, escreveu.

Em Fortaleza, a manifestação que se iniciou na Praça Portugal, no bairro Aldeota, local conhecido como reduto de movimentos da direita na Capital, contou com a presença de parlamentares da oposição. O deputado estadual Renato Roseno (Psol) lembrou a falta de respostas do governo aos e-mails da farmacêutica Pfizer para negociar vacinas. “Imagine que você é do setor privado e que deixa 81 e-mails sem respostas, o que vai acontecer com você? Você vai ser demitido”, afirmou, alegando ocorrer uma disputa histórica no País.

Já o vereador Guilherme Sampaio (PT) disse que a ida do povo às ruas é a “única força política realmente capaz de provocar o processo que detone a abertura do impeachment”, por considerar que a configuração na Câmara dos Deputados favorece Bolsonaro. Segundo ele, a tendência é que os atos aumentem e tragam elementos novos para a conjuntura política”.

Fonte, OPovo.com.br

 

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