Ex-ditador Hosni Mubarak é declarado clinicamente morto, diz agência oficial
O ex-ditador egípcio Hosni Mubarak, 84, foi declarado clinicamente
morto nesta terça-feira (19), segundo a agência de notícias oficial
Mena. "Hosni Mubarak está clinicamente morto. Fontes médicas informaram
que seu coração parou de bater e não respondeu à desfibrilação",
informou a agência.
Ele foi uma das lideranças árabes que foram derrubadas do poder pela chamada Primavera Árabe, série de manifestações populares que pressionaram por mudanças em regimes autoritários marcados pela corrupção, pobreza e por décadas de duração.
Mubarak estava internado em estado grave no hospital da prisão de Tora, no sul do Cairo, desde o último dia 2, no mesmo dia em que foi condenado à prisão perpétua junto ao ex-ministro do Interior egípcio Habib al Adli, ambos acusados pela morte de manifestantes durante a revolução que forçou sua renúncia no dia 11 de fevereiro de 2011, após 18 dias de protestos populares.
Parada cardíaca
Após a sentença, a saúde do ex-ditador se deteriorou, especialmente após a visita da mulher, no dia 6. Desde então, ele foi transferido para a ala hospitalar da penitenciária, onde ficou inconsciente por dois dias. Nesta terça, sofreu uma parada cardíaca e foi reanimado após um acidente vascular cerebral. Em abril desse ano, Mubarak foi hospitalizado em um centro médico de Sharm el-Sheikh, após sofrer um ataque cardíaco, e justo no mesmo dia em que tinha sido interrogado e posteriormente detido.
Com o início de seu julgamento, no dia 3 de agosto do ano passado, Mubarak foi transferido do hospital de Sharm el-Sheikh, às margens do Mar Vermelho, para o Centro Médico Internacional do Cairo, e meses depois, para o hospital da prisão.
Biografia
Nascido em 1928 no Delta do Nilo, Mubarak tornou-se piloto de combate e em 1973 desempenhou um papel fundamental na guerra do Yom Kippur, contra Israel, como chefe da Força Aérea egípcia.
Ocupou o cargo até 1975, quando o então presidente, Anwar el-Sadat, o nomeou seu vice-presidente. Em 1981, o assassinato de Sadat o alçou ao cargo de presidente.
Foi reeleito em 1987, 1993 e 2005, em votações marcada pela baixa participação e críticas de irregularidades. Na eleição de 2005, a primeira com mais de um candidato (o próprio Mubarak), apenas 25% dos convocados votaram e o líder egípcio recebeu quase 90% dos votos.
A chamada Primavera Árabe o destronou, jogando o Egito numa crise política do qual ainda não viu a conclusão. Ainda antes de ascensão ao poder, Mubarak já se destacou como um articulador importante nas relações com os demais países árabes tanto quanto com Israel e Estados Unidos, numa prática que se prolongou em seus 30 anos de mandato.
Em 1979, foi um dos mediadores do acordo de paz com Israel (os acordos de Camp David) e no início dos anos 90, teve um papel importante nas negociações entre israelenses e palestinos.
Durante a guerra do Golfo (1990-1991), liderou os demais países árabes no apoio à iniciativa saudita de se unir aos EUA para a recuperação do Kuwait, invadido pelo Iraque.
Pressões e a Primavera Árabe
Seu governo foi marcado pelo aumento dos confrontos com grupos guerrilheiros, por conflitos com fundamentalistas islâmicos e pelas pressões por reformas democráticas.
O fato de ter sofrido pelo menos dois atentados (1995 e 1999) revela o grau de turbulência política que marcou suas últimas décadas à frente da presidência.
Essas pressões culminaram em janeiro de 2011, quando milhares tomaram as ruas do Cairo exigindo sua renúncia.
Inicialmente, ele tentou manobrar as exigências da massa, admitindo a necessidade de reformas no país, mas antes do final desse mês ele apontou seu vice, Omar Suleiman para a presidência, e anunciou em fevereiro que deixaria de concorrer para as novas eleições marcadas para setembro.
No dia 11 de fevereiro de 2011, Suleiman apareceu na televisão egípcia para anunciar a renúncia de Mubarak, e a transmissão de poder o Conselho Supremo das Forças Armadas, que atualmente administra o processo de transição para a democracia (em moldes mais semelhantes ao modelo ocidental) no país.
Investigações
Com a saída de Mubarak, o governo interino egípcio começou a investigar as alegações de corrupção e abuso de poder durante seu mandato. Em agosto de 2011, após Mubarak ser detido na localidade litorânea de Sharm el-Sheikh, começou o chamado "julgamento do século" no Egito, encerrado 10 meses depois com a condenação do líder egípcio, impassível atrás de óculos escuros, e que assistiu as audiências de pijama e deitado em uma maca, devido à piora de seu estado de saúde.
A Promotoria chegou a pedir a pena de morte para o ex-presidente, acusado de ter ordenado disparos contra os participantes dos protestos que eclodiram em 25 de janeiro de 2011.
Por outro lado, a corte, presidida pelo juiz Ahmed Refaat, absolveu Mubarak, seus dois filhos, Alaa e Gamal, e o empresário Hussein Salem, processado à revelia, das acusações de enriquecimento ilícito e danos aos fundos públicos por considerar que esses delitos haviam prescrito.
Fonte, DN
Ele foi uma das lideranças árabes que foram derrubadas do poder pela chamada Primavera Árabe, série de manifestações populares que pressionaram por mudanças em regimes autoritários marcados pela corrupção, pobreza e por décadas de duração.
Mubarak estava internado em estado grave no hospital da prisão de Tora, no sul do Cairo, desde o último dia 2, no mesmo dia em que foi condenado à prisão perpétua junto ao ex-ministro do Interior egípcio Habib al Adli, ambos acusados pela morte de manifestantes durante a revolução que forçou sua renúncia no dia 11 de fevereiro de 2011, após 18 dias de protestos populares.
Parada cardíaca
Após a sentença, a saúde do ex-ditador se deteriorou, especialmente após a visita da mulher, no dia 6. Desde então, ele foi transferido para a ala hospitalar da penitenciária, onde ficou inconsciente por dois dias. Nesta terça, sofreu uma parada cardíaca e foi reanimado após um acidente vascular cerebral. Em abril desse ano, Mubarak foi hospitalizado em um centro médico de Sharm el-Sheikh, após sofrer um ataque cardíaco, e justo no mesmo dia em que tinha sido interrogado e posteriormente detido.
Com o início de seu julgamento, no dia 3 de agosto do ano passado, Mubarak foi transferido do hospital de Sharm el-Sheikh, às margens do Mar Vermelho, para o Centro Médico Internacional do Cairo, e meses depois, para o hospital da prisão.
Biografia
Nascido em 1928 no Delta do Nilo, Mubarak tornou-se piloto de combate e em 1973 desempenhou um papel fundamental na guerra do Yom Kippur, contra Israel, como chefe da Força Aérea egípcia.
Ocupou o cargo até 1975, quando o então presidente, Anwar el-Sadat, o nomeou seu vice-presidente. Em 1981, o assassinato de Sadat o alçou ao cargo de presidente.
Foi reeleito em 1987, 1993 e 2005, em votações marcada pela baixa participação e críticas de irregularidades. Na eleição de 2005, a primeira com mais de um candidato (o próprio Mubarak), apenas 25% dos convocados votaram e o líder egípcio recebeu quase 90% dos votos.
A chamada Primavera Árabe o destronou, jogando o Egito numa crise política do qual ainda não viu a conclusão. Ainda antes de ascensão ao poder, Mubarak já se destacou como um articulador importante nas relações com os demais países árabes tanto quanto com Israel e Estados Unidos, numa prática que se prolongou em seus 30 anos de mandato.
Em 1979, foi um dos mediadores do acordo de paz com Israel (os acordos de Camp David) e no início dos anos 90, teve um papel importante nas negociações entre israelenses e palestinos.
Durante a guerra do Golfo (1990-1991), liderou os demais países árabes no apoio à iniciativa saudita de se unir aos EUA para a recuperação do Kuwait, invadido pelo Iraque.
Pressões e a Primavera Árabe
Seu governo foi marcado pelo aumento dos confrontos com grupos guerrilheiros, por conflitos com fundamentalistas islâmicos e pelas pressões por reformas democráticas.
O fato de ter sofrido pelo menos dois atentados (1995 e 1999) revela o grau de turbulência política que marcou suas últimas décadas à frente da presidência.
Essas pressões culminaram em janeiro de 2011, quando milhares tomaram as ruas do Cairo exigindo sua renúncia.
Inicialmente, ele tentou manobrar as exigências da massa, admitindo a necessidade de reformas no país, mas antes do final desse mês ele apontou seu vice, Omar Suleiman para a presidência, e anunciou em fevereiro que deixaria de concorrer para as novas eleições marcadas para setembro.
No dia 11 de fevereiro de 2011, Suleiman apareceu na televisão egípcia para anunciar a renúncia de Mubarak, e a transmissão de poder o Conselho Supremo das Forças Armadas, que atualmente administra o processo de transição para a democracia (em moldes mais semelhantes ao modelo ocidental) no país.
Investigações
Com a saída de Mubarak, o governo interino egípcio começou a investigar as alegações de corrupção e abuso de poder durante seu mandato. Em agosto de 2011, após Mubarak ser detido na localidade litorânea de Sharm el-Sheikh, começou o chamado "julgamento do século" no Egito, encerrado 10 meses depois com a condenação do líder egípcio, impassível atrás de óculos escuros, e que assistiu as audiências de pijama e deitado em uma maca, devido à piora de seu estado de saúde.
A Promotoria chegou a pedir a pena de morte para o ex-presidente, acusado de ter ordenado disparos contra os participantes dos protestos que eclodiram em 25 de janeiro de 2011.
Por outro lado, a corte, presidida pelo juiz Ahmed Refaat, absolveu Mubarak, seus dois filhos, Alaa e Gamal, e o empresário Hussein Salem, processado à revelia, das acusações de enriquecimento ilícito e danos aos fundos públicos por considerar que esses delitos haviam prescrito.
Fonte, DN
Nenhum comentário
Comente Esta Noticia