A foto, enviada por WhatsApp, foi tirada na mata perto da Covanca, onde os bandidos se escondem Foto: Reprodução
No enquadramento, 28 pessoas e 19 armas — 15 fuzis, sendo um equipado
com luneta e lança-granadas, uma submetralhadora e três pistolas. Na
legenda, a descrição: “o bonde pesado da Covanca”. A fotografia, que
circula nas redes sociais, provocando comentários amedrontados de
moradores de Jacarepaguá, foi enviada por meio do WhatsApp do EXTRA (21
9644-1263). A imagem foi entregue ao delegado Marcus Vinicius Braga, da
28ª DP (Campinho), que instaurou inquérito para identificar os bandidos.
A fotografia, que também é alvo de investigação do Serviço Reservado do
18º BPM (Jacarepaguá), foi enviada à perícia para saber se houve
manipulação digital.
— Vamos identificar, um a um. Já vemos alguns
conhecidos, mas tem outros na foto que precisamos saber de onde são.
Alguns não têm o mesmo padrão físico e de roupas que os traficantes de
lá — afirmou Braga.
Tiquinho, líder do bando que quer tomar a Covanca, e seu fuzil com luneta Foto: Reprodução
Três homens foram reconhecidos e já têm mandado de prisão por
tráfico. Um deles, de joelhos e com boné, é Thiago Pereira, de 27 anos,
chefe da quadrilha. De chinelo, Manoel Filipe dos Santos Abrantes, de
20, posa com um revólver. A seu lado, de mochila, está Clession de
Aquino Dias, o Xampu, de 21. Todos aparecem em outras fotos postadas no
Facebook já em posse da polícia. O local onde o momento foi registrado
também é familiar para os policiais: um campo de futebol na mata, na
Estrada da Covanca, que os criminosos usam como esconderijo. Foi lá que,
no dia 9 de maio, agentes da 41ª DP (Tanque) trocaram tiros com
bandidos. Na ocasião, o único preso, Marcos Damião Pires, afirmou na
delegacia, que 30 traficantes com fuzis estavam no local.
Xampu, um dos seguranças de Tiquinho Foto: ReproduçãoO “frente”
Thiago Pereira, o Tiquinho, é
identificado por agentes como líder do grupo que quer tomar a Covanca.
Ele nasceu na favela, mas entrou no tráfico como soldado no Lins. Como
conhece o local, foi nomeado por Luiz Machado, o Marreta, ex-chefe do
Alemão, hoje no Lins, o “frente”. Uma demonstração de seu poder está em
sua arma: um fuzil com luneta e as letras TK no cabo.
Pela mata
A
quadrilha do Complexo do Lins que quer invadir a Covanca é formada por
bandidos vindos do Jacarezinho e do Complexo do Alemão. O passagem entre
as duas comunidades se dá pelo Morro do Dezoito, numa trilha que demora
4h para ser concluída. Investigações da 41ª DP mostram que os bandidos
aliciam moradores da Covanca para serem informantes.
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