Operação investiga fraude milionária em transporte escolar e locação de veículos
O Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) e a Polícia Federal deflagraram nesta quinta-feira, 19, operação “Linha Amarela” para desarticular supostas fraudes em serviços de transporte em prefeituras do Estado. Segundo a investigação, empresas envolvidas firmaram, entre 2010 e 2015, contratos em quase R$ 100 milhões com diversas prefeituras.
Foram cumpridos pelo menos três mandados de prisão, além de 25 mandados de busca e apreensão em Fortaleza, Juazeiro do Norte e outros cinco municípios cearenses. Segundo o procurador da República Rafael Rayol, um dos coordenadores da ação, desvios teriam ocorrido na contratação de transporte escolar e locação de carros. O MPF-CE esclarece que os municípios citados são cidades onde há sedes das empresas investigadas.
Carros de luxo e falsa concorrência
Também foram apreendidos 17 carros de luxo que podem ter sido adquiridos, segundo o MPF, com recursos obtidos por atos ilícitos. Os certames teriam indícios de fraude, bem como de desvio de dinheiro público.
Segundo o MPF, "modus operandi" consistia na abertura de empresas de fachada que concorriam entre si, superfaturando serviços em concorrências simuladas entre empresas do mesmo ramo. Os desvios tinham também a duplicação ou acréscimo de rotas feitas por ônibus escolares.
Família
O procurador da República diz que as investigações, iniciadas em 2012, revelaram uma grande fraude orquestrada pelo mesmo grupo que atuava em praticamente todos os Estados do Ceará.
Os três empresários presos, Francisco Dager, Anderson Felício e Francisco Elton pertencem à mesma família, atuando há pelo menos 10 anos no ramo, afirma Rayol. Um quarto homem, Wendel Felício, está foragido.
Entre as cerca de 20 empresas investigadas estão: Regad, Kad, L.E. e M. Machado, informa Rayol.
Operação
Além de Fortaleza e Juazeiro do Norte, foram cumpridos mandados judiciais em Lavras da Mangabeira, Cascavel, Caucaia e Assaré. Operação mobilizou 120 policiais federais.
Os empresários foram presos pelos crimes de falsidade ideológica, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção.
Ainda segundo o procurador da República, a primeira etapa da Operação investigou a porta de entrada do esquema, com as empresas envolvidas. As investigações continuam para esclarecer se houve participação do poder público e das prefeituras. "Se houver, também serão responsabilizados", garante o procurador.
Fonte, Redação O POVO Online
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