Prêmio Puskas. O gol que mudou a vida do atacante Wendell Lira ( Vídeo)
Quando Wendell Lira voou debaixo de chuva para acertar uma meia-bicicleta numa partida do Goianésia, em março, havia apenas 342 torcedores no estádio Serra Dourada para presenciar o golaço. Nenhum deles imaginava que, oito meses depois, o desconhecido atacante de 26 anos, que teve uma passagem-relâmpago pelo Fortaleza em 2010, iria competir com o craque argentino Lionel Messi pelo prêmio Puskas de gol mais bonito do ano.
A notícia veio com um grande susto. Na manhã da última segunda-feira, 30, Wendell saiu da sua casa, em Goiânia, quando um carro freou bruscamente e se aproximou dele. O jogador chegou a pensar que seria assaltado, mas o motorista simplesmente desceu do veículo para pedir uma foto da nova celebridade da região.
Poucas horas antes, a Fifa tinha anunciado que a meia-bicicleta espetacular de Wendell entrara na final do prêmio Puskas, ao lado das pinturas de jogadores bem mais renomados, Messi e o italiano Florenzi, da Roma. “Quando recebi a notícia, não acreditei. Mas aí minha esposa me ligou chorando, e comecei a chorar com ela”.
Wendell passou pelo futebol cearense em 2010, quando vestiu a camisa do Fortaleza. Pelo Tricolor, o atacante atuou por apenas 10 minutos, durante o empate sem gols contra o Rio Branco-AC, jogo válido pela 2ª rodada da Série C, na Arena Pantanal.
Operário da bola
O conto de fadas começou no dia 6 de novembro, quando soube que seu gol foi indicado entre os dez mais bonitos do ano pela Fifa.
Naquele momento, o atacante estava desempregado. Em março, quando anotou o golaço na vitória por 2 a 1 sobre o Atlético-GO, pelo Campeonato Goiano, ele ganhava R$ 5 mil. Depois da eliminação do Goianésia nas semifinais do Goianão, o atleta foi jogar do Tombense, na Série C, mas não vingou e acabou dispensado.
Sem clube, ele passou pelo mesmo aperto de milhares de outros ‘operários da bola’.
A fama repentina acabou tirando o atacante do desemprego. Ele acertou com o Vila Nova, que disputará Série B do Brasileiro em 2016.
“O gol mudou minha vida. As pessoas me reconhecem, querem tirar fotos comigo, pedem autógrafos. Uma loucura. Recebi até ofertas de outros clubes, mas agora, graças a Deus, já tenho meu emprego”, conta.
O movimento Bom Senso F.C. calcula que 20 mil jogadores profissionais ficam desempregados em maio, quando terminam os campeonatos estaduais.
“A vida dos jogadores que não jogam na Série A é muito complicada. Passamos por muitas dificuldades, muitos vezes não recebemos salários e temos que continuar lutando para manter a nossa família”, relata Wendell, que em 2013 precisou exercer outras atividades para pagar suas contas. (com AFP)
Fonte, OPovo
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