Dilma diz que, se voltar ao poder, população terá que ser consultada
A presidente afastada, Dilma Rousseff, afirmou que, se for
reempossada, haverá a necessidade de convocação de um plebiscito para
que a população decida se quer ou não novas eleições presidenciais.
“Será necessário consultar a população para remontar um ‘pacto’ que
vinha desde a Constituição de 1988 e foi rompido com o processo de
impeachment”, disse ao jornalista Luis Nassif, em entrevista veiculada
na noite dessa quinta-feira (09/06) pela TV Brasil.
Segundo Dilma, esta consulta deve ser feita com ela de volta ao
poder, com o processo de impeachment sendo derrubado no Senado, e que
somente a consulta popular “para lavar e enxaguar essa lambança, que
está sendo o governo Temer”.
“Eu não acho possível fazer pacto nenhum com o governo Temer em
exercício”, disse a presidente afastada. Segundo ela, a consulta popular
é o único jeito de se fazer este pacto “dado o nível de contradição”
presente hoje no Brasil e com um Congresso em que só pautas
conservadoras serão aprovadas — de acordo com Dilma, com o deputado
afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) “dando as cartas”. A presidente
afastada não disse como e quando seria feita esta consulta popular.
O Senado deve julgar se Dilma volta à presidência em meados de
agosto. Aliados do governo têm tentado convencer a senadores a votarem
contra o impeachment com a promessa de que ela vai propor uma consulta
popular.
Governo Temer – pauta de Cunha
Dilma declarou ainda que “o governo Temer é a síntese do que pensa e
expressa claramente a pauta de Eduardo Cunha”. Ao ser questionada se era
possível se aliar politicamente ao agora presidente afastado da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na época em que foi eleito para comandar a
casa legislativa, no início de 2015, Dilma disse que “não existe
negociação possível com certo tipo de prática”. De acordo com a
presidente afastada, Cunha tem uma pauta própria, de orientação
conservadora, que levaria para o campo político da direita os deputados e
os partidos do chamado “Centrão”.
Para Dilma, o “Centrão” historicamente não tem pautas definidas, mas,
no caso de Cunha, a tônica foi comandar a pauta do Congresso.
Como tem feito em outras ocasiões, Dilma voltou a defender o
presidencialismo e rechaçar qualquer ideia de parlamentarismo. “Foi por
meio do presidencialismo que o Brasil conseguiu uma maior modernidade e
inclusão da sua população”, disse.
Ela criticou também a mudança na política externa do governo
interino. “África terá cada vez mais importância; fechar embaixadas é
ter visão minúscula de política externa”, declarou Dilma
No dia 17 de maio, o ministro das Relações Exteriores, José Serra,
encomendou um estudo para analisar o custo e a utilidade dos postos
diplomáticos abertos nos governos Lula (2003-2010) e Dilma Rousseff
para, eventualmente, pedir o fechamento de alguns deles.
Fonte, CearaAgora
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