Chuvas são registradas em metade do Estado

Primeiro dia da quadra chuvosa, ontem choveu em metade dos municípios do Ceará, com base em dados do mais recente balanço da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Os dados se referem ao período entre 7h da terça-feira, 31, e 7 horas de ontem. Conforme a fundação, 92 dos 184 municípios do Estado registraram precipitações. A média de 7,9 milímetros (mm) em todo o Estado foi a segunda melhor de 2017, atrás somente do dia 20 de janeiro que teve média de 13, 6 mm.

Santana do Cariri, a 558 km de Fortaleza, foi a cidade que registrou o maior volume de chuva. Com 115 mm, a precipitação foi também a maior deste início do ano no Estado. Araripe, com 56,4 mm, Meruoca, com 54 mm, Assaré, com 44,5 mm, e Senador Sá, com 44 mm, completam os cinco municípios com os volumes de precipitações mais significativos ontem. Em Fortaleza, no posto Messejana, foram 16,5 milímetros.


De acordo com o meteorologista da Funceme Raul Fritz, as chuvas destes primeiros dias de fevereiro estão associadas à formação de áreas de instabilidade pela presença de um Cavado de Altos Níveis (CAN) sobre a região Nordeste do Brasil. É ele que causa, na madrugada e manhã de hoje, nebulosidade variável com possibilidade de chuvas isoladas na faixa litorânea e no Sul do Ceará e, no decorrer do dia, céu parcialmente nublado em todo o Estado.

Para amanhã, também há possibilidade de chuvas isoladas na faixa litorânea entre a madrugada e manhã, e céu com poucas nuvens em todas as regiões cearenses.

A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), o sistema que mais tem interferência nas chuvas da região neste período de quadra chuvosa, segundo Fritz, está sobre o Oceano Atlântico e se aproximando do litoral nordestino. O período em que está se dando a aproximação do sistema pode ser um bom sinal. “Em anos de chuvas escassas, a ZCIT só começa a se aproximar em meados de março e em abril já retornam ao norte. Já em anos que são bem chuvosos, ela costuma chegar cedo, como agora, e só voltar um pouco mais tarde”, comenta.

Janeiro
As chuvas no mês de janeiro deste ano ficaram 26,5% abaixo da média histórica, aponta a Funceme. A média de chuvas no Estado no primeiro mês foi apenas de 72,5 mm, quando a média é de 98,7 mm.

Assim como janeiro, as precipitações da pré-estação também ficaram aquém da média e, para a Funceme, “tiveram impactos pouco significativos para amenizar os efeitos da seca prolongada observada no Ceará desde 2012”, como O POVO publicou ontem. A chuva acumulada nos meses de dezembro de 2016 e janeiro de 2017 no Estado foi de 102,1mm, enquanto a média histórica do período é de 130,3mm, ficando assim 21,6% abaixo da média.

O Cariri foi a região em que as chuvas mais abundaram; e o Litoral Norte e Litoral de Fortaleza foram as regiões em que as chuvas mais se aproximaram da média histórica.

Fritz reforça que os sistemas meteorológicos que influenciam a pré-estação não são os mesmos que passaram a agir a partir de fevereiro.

Saiba mais

Segundo a previsão climática divulgada pela Funceme no dia 18 de janeiro, referente ao trimestre fevereiro, março e abril, a maior probabilidade é de as precipitações acumuladas ficarem em torno da média histórica. Um novo prognóstico, este referente ao trimestre março, abril e maio, será divulgado na segunda quinzena de fevereiro.

Os açudes do Ceará estão com 6,2% da capacidade total. Castanhão está com 4,96% do volume e o Orós com 12,09%.

DOMITILA ANDRADE

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