Bolsonaro deve fechar parceria com PR, partido comandado por um condenado no mensalão
O pré-candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL)
pretende se unir ao Partido Republicano (PR) nas eleições de outubro. O
presidenciável já convidou o senador Magno Malta (ES) para ser seu vice e
afirmou ao jornal O Globo que parceria depende apenas da
decisão do capixaba. O “casamento” entre o PSL e o PR, que tem líder
condenado no escândalo do mensalão - Valdemar Costa Neto -, deve ser
confirmado em até 15 dias.
“O PR já deu sinal
verde também. Quem conversou lá, ele (Magno) mesmo, já me falou que o PR
já deu sinal verde. Eu acho que até o dia 15 (de julho) o Magno Malta
se decide. Da minha parte está resolvido. Eu já falei sim, já pedi ele
em casamento. Ele que está mudo”, disse Bolsonaro. A decisão parte de
uma reflexão pessoal de Magno, que tinha planos de se reeleger ao Senado
nas eleições.
Caso a parceria entre os partidos
vingue, Bolsonaro ganharia mais tempo de campanha nos meios de
comunicação e teria organização maior nos estados, aspectos em que era
prejudicado por o PSL ser um partido nanico. Bolsonaro teria apenas
oito segundos no bloco de propaganda eleitoral no rádio e na TV, que tem
12m30s, e uma inserção publicitária na programação a cada três dias sem
a parceria. Com o PR, ganharia mais 45 segundos por bloco e teria
direito a duas inserções por dia.
A decisão também
é favorável ao PR, que poderia conquistar uma bancada superior a 50
cadeiras na Câmara. “Realmente o PR vê com muitos bons olhos a
candidatura de Bolsonaro. Eu sou cabo eleitoral de Bolsonaro, assumido, o
Brasil todo sabe disso. Agora, tem muita água pra correr debaixo da
ponte. Tem um mês inteiro. Sou uma pessoa que dependo de Deus. Eu não
vou fazer nada atabalhoadamente”, disse o senador, por meio de sua
assessoria. Caso desista de seus planos no Senado, sua esposa, Lauriete
Rodrigues, deve assumir a candidatura.
“Então,
onde eu seria importante para a sociedade, para as famílias, para o
Brasil, será que como vice, ou como senador? Tem muito tempo ainda para
refletir. Eu não vou fazer nada atabalhoadamente, já me sinto muito
honrado de ser escolhido por ele e por parte do Brasil que gostaria de
ver uma chapa Bolsonaro/Magno Malta”, refletiu Magno, em nota.
Levantamento
do jornal O Globo mostrou que o PR é um dos 14 partidos investigados na
Lava Jato, além de ser liderado por um condenado no mensalão: Valdemar
Costa Neto. Entre seus parlamentares com inquéritos abertos no Supremo
Tribunal Federal (STF) está o ex-ministro Alfredo Nascimento (PR-AM) e
os deputados João Carlos Bacelar (PR-BA) e Milton Monti (PR-SP).
Redação O POVO Online
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