PF desarticula facção criminosa no Amazonas e prende traficantes e advogados
A Polícia Federal (PF) realiza, na manhã desta sexta-feira (20), a Operação “La Muralla” para desarticular facção criminosa transnacional que atua principalmente no tráfico internacional de drogas. As ações ocorrem em Manaus, Tonantins e Tabatinga, no Amazonas; Crateús, Caucaia e Fortaleza, no Ceará; Natal, no RN, Boa Vista, em RR, e na capital do Rio de Janeiro. Em Manaus, os mandados de prisão estão sendo cumpridos e envolvem traficantes, advogados e um vereador do interior do estado.
Nesta manhã, os presidiários José Roberto Fernandes Barbosa, o ‘Zé Roberto da Compensa’, e Alan de Souza Castimário, o ‘Nanico’, receberam voz de prisão novamente e foram levados para a Superintendência da PF.
Em ação coordenada, cerca de 400 Policiais Federais, 300 Policiais Militares do Batalhão de Choque e do Grupo Fera da Polícia Civil do Estado do Amazonas cumprem 127 mandados de prisão preventiva, 67 mandados de busca e apreensão, sete buscas em presídios estaduais, 68 medidas de sequestro de bens, além do bloqueio de ativos registrados em 173 CPFs e CNPJs ligados a integrantes da organização criminosa, todos determinados pela Justiça Federal no Amazonas.
Dentre os alvos, 17 serão transferidos para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) em penitenciárias federais. Por praticarem atos ilícitos no interesse da organização criminosa, também serão presos sete advogados e um vereador da cidade de Tonantins.
Além do crime de tráfico de armas, a organização criminosa é suspeita de praticar lavagem dinheiro, evasão de divisas, roubo, homicídios, sequestro, tortura e corrupção de agentes públicos. Por meio de cooperação internacional, pela Difusão Vermelha da INTERPOL, também serão efetuadas prisões no Peru, Colômbia, Venezuela e Bolívia. Os presos começaram a chegar à Superintendência da PF na manhã de sexta.
OAB-AM
Segundo Christian Naranjo, advogado que representa a comissão de direitos e prerrogativas da Ordem de Advogados do Amazonas (OAB-AM), seis advogados e um filho de uma advogada estão presos na Superintendência da PF. Ele afirma que alguns já prestaram depoimento nesta manhã.
Naranjo declarou que a OAB vai entrar com pedido de prisão domiciliar, uma vez que o Comando de Policiamento Especial (CPE) está lotado. O CPE é para onde os presos que correm risco de vida são encaminhados.
"Sempre que há prejuízos, a ordem tem que acompanhar as prisões para garantir as prerrogativas dos advogados, como, por exemplo, o não recolhimento em unidade prisional. Nosso estatuto diz que na ausência de sala do estado maior é obrigatório a prisão domiciliar. Como o CPE está lotado, no momento estamos vendo onde será o recolhimento deles", declarou.
Organização Criminosa
Segundo a PF, a investigação teve início em abril de 2014 com a apreensão de R$ 200 mil, em espécie no Amazonas. Na ocasião, durante ação no Rio Solimões, uma lancha de propriedade da organização criminosa foi apreendida com o dinheiro ocultado no interior de um aparelho de ar condicionado. A carga tinha como destino fornecedores de drogas que atuam na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru.
Durante as investigações a PF conseguiu revelar como se estruturava uma facção criminosa que domina o sistema prisional do Estado do Amazonas e que se organiza de forma similar às facções criminosas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Com uma estrutura extremamente hierarquizada, a organização planejava controlar as ações do grupo de dentro dos presídios do Amazonas, buscando o domínio absoluto do sistema prisional e o monopólio do tráfico de drogas no estado.
Segundo a PF, se estima que, nos últimos anos, a organização tenha sido capaz de incorporar em suas milhares de pessoas em um sistema de divisão funcional de atividades, inclusive com núcleo jurídico próprio - advogados integrados às atividades criminosas do grupo.
A facção também se utilizava de meios tecnológicos avançados para a realização de “negócios” com outras organizações criminosas, nacionais e internacionais, e ainda nos contatos com políticos e membros do poder público. Informações obtidas pela PF, mostram que a organização pretendia indicar e financiar a candidatura de alguns de seus integrantes para a disputa de cargos políticos nas próximas eleições.
Chacina
De acordo com a PF, dados obtidos durante as investigações permitem responsabilizar o grupo por dezenas das mortes violentas ocorridas nos últimos meses em Manaus, incluindo alguns homicídios cometidos em uma chacinha que vitimou 38 pessoas na capital amazonense, em julho deste ano.
Somente nos últimos seis meses de investigação foram realizadas 11 grandes apreensões de drogas pertencentes à FDN, que resultaram em 27 prisões em flagrante e na apreensão de aproximadamente 2,2 toneladas de drogas, avaliadas em aproximadamente R$ 18 milhões.
Houve, ainda, a apreensão de dinheiro, veículos, embarcações e armas de fogo de grosso calibre, incluindo submetralhadoras 9mm e granadas de mão.
Nesta manhã, os presidiários José Roberto Fernandes Barbosa, o ‘Zé Roberto da Compensa’, e Alan de Souza Castimário, o ‘Nanico’, receberam voz de prisão novamente e foram levados para a Superintendência da PF.
Em ação coordenada, cerca de 400 Policiais Federais, 300 Policiais Militares do Batalhão de Choque e do Grupo Fera da Polícia Civil do Estado do Amazonas cumprem 127 mandados de prisão preventiva, 67 mandados de busca e apreensão, sete buscas em presídios estaduais, 68 medidas de sequestro de bens, além do bloqueio de ativos registrados em 173 CPFs e CNPJs ligados a integrantes da organização criminosa, todos determinados pela Justiça Federal no Amazonas.
Dentre os alvos, 17 serão transferidos para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) em penitenciárias federais. Por praticarem atos ilícitos no interesse da organização criminosa, também serão presos sete advogados e um vereador da cidade de Tonantins.
Além do crime de tráfico de armas, a organização criminosa é suspeita de praticar lavagem dinheiro, evasão de divisas, roubo, homicídios, sequestro, tortura e corrupção de agentes públicos. Por meio de cooperação internacional, pela Difusão Vermelha da INTERPOL, também serão efetuadas prisões no Peru, Colômbia, Venezuela e Bolívia. Os presos começaram a chegar à Superintendência da PF na manhã de sexta.
OAB-AM
Segundo Christian Naranjo, advogado que representa a comissão de direitos e prerrogativas da Ordem de Advogados do Amazonas (OAB-AM), seis advogados e um filho de uma advogada estão presos na Superintendência da PF. Ele afirma que alguns já prestaram depoimento nesta manhã.
Naranjo declarou que a OAB vai entrar com pedido de prisão domiciliar, uma vez que o Comando de Policiamento Especial (CPE) está lotado. O CPE é para onde os presos que correm risco de vida são encaminhados.
"Sempre que há prejuízos, a ordem tem que acompanhar as prisões para garantir as prerrogativas dos advogados, como, por exemplo, o não recolhimento em unidade prisional. Nosso estatuto diz que na ausência de sala do estado maior é obrigatório a prisão domiciliar. Como o CPE está lotado, no momento estamos vendo onde será o recolhimento deles", declarou.
Segundo a PF, a investigação teve início em abril de 2014 com a apreensão de R$ 200 mil, em espécie no Amazonas. Na ocasião, durante ação no Rio Solimões, uma lancha de propriedade da organização criminosa foi apreendida com o dinheiro ocultado no interior de um aparelho de ar condicionado. A carga tinha como destino fornecedores de drogas que atuam na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru.
Durante as investigações a PF conseguiu revelar como se estruturava uma facção criminosa que domina o sistema prisional do Estado do Amazonas e que se organiza de forma similar às facções criminosas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Com uma estrutura extremamente hierarquizada, a organização planejava controlar as ações do grupo de dentro dos presídios do Amazonas, buscando o domínio absoluto do sistema prisional e o monopólio do tráfico de drogas no estado.
Segundo a PF, se estima que, nos últimos anos, a organização tenha sido capaz de incorporar em suas milhares de pessoas em um sistema de divisão funcional de atividades, inclusive com núcleo jurídico próprio - advogados integrados às atividades criminosas do grupo.
A facção também se utilizava de meios tecnológicos avançados para a realização de “negócios” com outras organizações criminosas, nacionais e internacionais, e ainda nos contatos com políticos e membros do poder público. Informações obtidas pela PF, mostram que a organização pretendia indicar e financiar a candidatura de alguns de seus integrantes para a disputa de cargos políticos nas próximas eleições.
Chacina
De acordo com a PF, dados obtidos durante as investigações permitem responsabilizar o grupo por dezenas das mortes violentas ocorridas nos últimos meses em Manaus, incluindo alguns homicídios cometidos em uma chacinha que vitimou 38 pessoas na capital amazonense, em julho deste ano.
Somente nos últimos seis meses de investigação foram realizadas 11 grandes apreensões de drogas pertencentes à FDN, que resultaram em 27 prisões em flagrante e na apreensão de aproximadamente 2,2 toneladas de drogas, avaliadas em aproximadamente R$ 18 milhões.
Houve, ainda, a apreensão de dinheiro, veículos, embarcações e armas de fogo de grosso calibre, incluindo submetralhadoras 9mm e granadas de mão.
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